O relatório confidencial da ONU revelou a compra de serviços sexuais por parte de soldados franceses em um centro de refugiados na República Centro-Africana em troca de comida e pequenas somas de dinheiro. A ONU acusou Anders Kompass de vazar informações confidenciais e violar o protocolo, demitindo o funcionário.
Segundo a publicação do The Guardian, o experiente funcionário de ajuda humanitária de trinta anos recebeu acesso ao relatório em 2014. Ele decidiu enviar o relatório a promotores franceses após realizar que a ONU estava relutante em tomar medidas adequadas. Além disso, foi relatado que ele viajou para a República Centro-Africana para realizar sua própria investigação.
Beatrice Edwards, um representante da organização Government Accountability Project, destinada a apoiar denunciantes, disse que sua organização representou "muitos denunciantes do sistema da ONU ao longo dos anos e, no geral, quanto mais grave é a denúncia, mais feroz é a retaliação".
Já o representante do ministério das relações exteriores sueco, Anders Ronquist, saiu em defesa de Kompass:
"Kompass tem feito um grande trabalho para as Nações Unidas na área dos direitos humanos, tanto durante seu trabalho para a organização na América Latina e depois de sua mudança para Genebra". Ronquist acrescentou que "a ONU não pode tolerar a violência sexual contra crianças e tem o dever de fazer todo o possível para que esses casos sejam investigados."
A ativista de direitos humanos da organização AIDS-Free World, Paula Donovan, por sua vez, disse "esta é uma evidência chocante e horrível. Graças a Anders Kompass, esses horrores se tornaram públicos e estão finalmente sendo investigados". Donavan está exigindo a criação de uma ampla comissão independente de inquérito sobre os abusos sexuais por tropas de paz da ONU.