Opinião: patrulhamento nipo-americano do mar do Sul da China é indesejável

© AP Photo / Eugene HoshikoJapanese Prime Minister Shinzo Abe reviews Japan Self-Defense Forces' F-15J fighter jets at Hyakuri Air Base.
Japanese Prime Minister Shinzo Abe reviews Japan Self-Defense Forces' F-15J fighter jets at Hyakuri Air Base. - Sputnik Brasil
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O Japão planeja realizar patrulhamento aéreo do mar do Sul da China junto com os EUA, anunciou nesta quarta-feira (29) a agência Reuters, alegando uma fonte japonesa anônima.

A fonte sublinhou que ainda não existe um plano completo, mas o Japão pode realizar patrulhamento conjunto com os EUA, usando para isso a ilha de Okinawa, que fica junto à área aquática do mar do Sul da China. Esta notícia apareceu durante a visita do premiê japonês a Washington.

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Para esclarecer as possíveis consequências de tais atividades para a situação e a balança militar na região, a Sputnik falou com o presidente do Centro de Pesquisas do sul do Pacífico do Instituto de Pesquisas Internacionais da China Chen Shishun:

“O Japão e os EUA não têm competências para o patrulhamento o mar do Sul da China que até não é preciso na região. Neste momento a liberdade de navegação e a segurança de comunicações marítimas na região são garantidas sem quaisquer problemas. Além disso, a resolução de questões em torno do mar do Sul da China é da competência dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), é uma questão interna dos respetivos países da região. Os EUA e o Japão não fazem parte de tais países e não são obrigados a patrulhar esta região”.

Mais do que isso, a presença militar conjunta é indesejável, opina o especialista:

"O patrulhamento nipo-americano do mar do Sul da China criará turbulência, piorará a segurança e prejudicará a estabilidade na região”.

Portanto, os objetivos do patrulhamento devem ser determinados:

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“Se o objetivo do patrulhamento nipo-americano for paz e estabilidade na região, [devemos sublinhar que] a situação na região é bastante estável, não há crises na região que exigem que os EUA e o Japão defendam a paz e estabilidade – tais fatores são ausentes. Assim, eu espero que o Japão e os EUA não tomem tais medidas, e se precisarem realizar patrulhamento, farão consultas com os países da ASEAN. O patrulhamento conjunto dos EUA e Japão também influenciará a balança militar na região. O Japão e os EUA são forças para a região, cuja participação de assuntos do mar do Sul da China não terá o caráter construtivo, mas sim destrutivo”.

O especialista militar Vladimir Evseev por sua vez opina que os EUA em seus objetivos interesseiros estão empurrando o Japão para uma nova etapa de confrontação com a China:

“EUA não têm suficiente recursos para garantir a alimentação da sua presença na região do arquipélago Spratly para realizar a sua estratégia de volta à Ásia. Nestas condições eles simplesmente pressionaram Tóquio explicando isso pela atividade aumentada da China nesta área, inclusive da sua frota militar. Este passo supostamente resultará em deterioração das relações sino-japonesas”.   

A zona do mar do Sul da China fica bastante longe do território japonês e dali é difícil que venham ameaças diretas para a segurança do Japão. Ao mesmo tempo, a possível adesão do Japão ao patrulhamento militar desta área aquática significa de facto que o Japão a proclama como zona dos seus interesses.

Os especialistas em assuntos militares também acham que a decisão do Japão de iniciar voos sobre o mar do Sul da China pode levar o Japão a pedir acesso às bases aéreas das Filipinas o que pode exigir assinatura de um acordo de cooperação militar entre os dois países. Isto significa que no futuro na região pode surgir uma nova aliança militar entre EUA, Filipinas e Japão. É óbvio que este processo provocará uma reação ativa por parte da China. 

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