O presidente ucraniano, Pyotr Poroshenko tem prometido repetidamente "reaver a Crimeia" e mostrou muitas vezes um patriotismo agressivo. Mas documentos vazados testemunham que ele poderia ter sido uma das primeiras pessoas a reconhecer o referendo de reunificação da Crimeia com a Rússia.
Um ex-conselheiro do presidente deposto Viktor Yanukovich publicou documentos que mostram que Pyotr Poroshenko entrou indiretamente em negociações com a Rússia logo um mês após o referendo.
Posted by Андрей Портнов on 27 Апрель 2015 г.
Em 16 de abril, um mês após a integração da Crimeia à Rússia, a empresa de construção naval do bilionário Pyotr Poroshenko na cidade de Sevastopol recebeu uma carta do Ministério da Indústria e Comércio da Rússia, na qual o ministério pedia à empresa para que esta informasse sobre suas operações financeiras e comerciais no período entre 2010 e 2014.
Curiosamente, a carta se refere à península como "República da Crimeia" e Sevastopol como "uma cidade federal" — os termos utilizados na legislação russa.
O diretor executivo da empresa respondeu ao pedido em devido tempo e apresentou um relatório completo, incluindo as receitas, salários e lucros. Mais tarde, Poroshenko nomeou o diretor da empresa chefe de uma grande empresa da indústria de defesa.
O presidente da Ucrânia tem repetidamente chamado a Rússia de "agressor", afirma existirem exércitos russos fantasmas que invadem a Ucrânia e tem pedido armas aos EUA para serem usadas contra sua própria nação.
Mas, como empresário, Poroshenko vê as coisas de forma diferente; ele não hesita em cooperar com a " Rússia medonha e impiedosa ", com o seu inimigo político número um.
Qual das duas facetas de Poroshenko irá prevalecer?
Recentemente, Poroshenko disse ao canal de TV local STB que a guerra civil acabaria quando a Crimeia e o Donbass voltassem a ser parte da Ucrânia. Resta só uma questão: quem fez a declaração – o político ou o empresário?