Segundo Kerry, o acolhimento temporário em Dabaab assegura um futuro digno para os refugiados da Somália, permitindo que eles “voltem ao seu país voluntariamente, com dignidade e segurança”.
Productive meeting with @UKenyatta on U.S.-#Kenya relationship, security cooperation, economic growth & POTUS's visit pic.twitter.com/fT6Ogo2CiG
— John Kerry (@JohnKerry) 4 мая 2015
O secretário de Estado norte-americano frisou que há mais de 450 mil refugiados somalis no Quênia.
No entanto, o governo queniano está considerando o desmantelamento de Dabaab, o maior acampamento de refugiados no mundo, por achar que o local é usado pelo grupo extremista Al Shabab (ligado à al-Qaeda) para recrutar novos terroristas.
“O Quênia está ajudando a conseguir a paz e a democracia na Somália”, ressaltou Kerry.
É interessante lembrar que os próprios EUA levaram a cabo a operação Restore Hope, com apoio da ONU, no sul da Somália em dezembro de 1992 mas retiraram seu contingente após o fiasco na famosa Batalha de Mogadíscio, em Outubro de 1993, que resultou em morte de 18 comandos americanos. Após a saída dos estadunidenses, os contingentes dos outros países que também participaram da operação deixaram igualmente a Somália até 1995. O objetivo principal – parar a guerra civil na Somália – não foi atingido. Parece que os EUA tentam agora esconder o seu fracasso e colocar a responsabilidade nos ombros dos países vizinhos da Somália.
Kerry na Somália
Antes de ir ao Quênia, o secretário de Estado dos EUA visitou, na segunda-feira (4) a vizinha Somália. A “visita relâmpago” foi realizada sem anúncio prévio, a parte somali só soube dela na segunda.
Segundo escreve o The New York Times, o presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, lamentou, durante o encontro com Kerry, o intenso trânsito nas vias públicas do país. “Trânsito? Pois então, vocês começam a ficar normais”, respondeu Kerry.
O conflito na Somália se prolonga há quase vinte anos. Na década dos 1990, houve uma intervenção internacional, com forte participação da ONU e EUA. Durante a guerra civil, quase toda a infraestrutura nacional foi destruída. Hoje em dia, o país consiste de várias regiões com tendências de separatismo e independência. Uma parte considerável da Somália está controlada pelo Al Shabab.
As visitas à Somália e ao Quênia de John Kerry fazem parte de uma turnê africana. Na quarta-feira, ele irá a Djibouti. Como no caso da Somália, Kerry se tornará o primeiro secretário de Estado dos EUA a visitar esse país.