Generais alemães: experiência mostra que é melhor manter amizade com a Rússia

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Dezenas de generais e altos oficiais do exército da antiga Alemanha Oriental assinaram uma carta aberta condenando a política do Ocidente em relação à Rússia. O texto, intitulado de "Soldados pela paz", foi publicado no site do jornal Junge Welt.

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A carta foi assinada pelos ex-ministros da Defesa Heinz Kessler e Theodor Hoffmann, por três coronéis-generais, 19 tenentes-generais, 61 majores-generais, incluindo o cosmonauta Sigmund Jähn, almirantes, coronéis e capitães. A carta será encaminhada para o Bundestag (o parlamento alemão) e às embaixadas dos países-membros da OTAN.

O documento destaca que passados 70 anos desde o fim da guerra que matou 27 milhões de cidadãos soviéticos, a guerra voltou a bater na porta da humanidade.

"A reorganização do mundo sob a liderança dos EUA e seus aliados levou a guerras na Iugoslávia e no Afeganistão, no Iraque, Sudão e Iêmen, na Líbia e na Somália" – diz a carta.

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Com relação à crise ucraniana, os militares da antiga Alemanha Oriental destacam que a estratégia dos EUA está voltada para "a eliminação da Rússia como um concorrente e o enfraquecimento da União Europeia". Na sua opinião, a tentativa de transformar a Ucrânia em um país-membro da UE e da OTAN mostra a intenção de criar um "cordão sanitário desde o Báltico até o mar Negro, com o objetivo de isolar a Rússia do resto da Europa", tornando impossível uma aliança entre Rússia e Alemanha.

"Nós defendemos a paz, porque conhecemos muito bem o que é a guerra" – destacaram os militares da antiga Alemanha Oriental.

Os militares que assinaram a carta apontam também para uma "campanha midiática sem precedentes", uma "histeria militar e a russofobia". Nas suas palavras, tudo isso se contrapõe àquele papel diplomático que a Alemanha poderia vir a desempenhar, levando em conta a sua "posição geopolítica, experiência histórica e os interesses objetivos do seu povo".

"Não precisamos de uma campanha militar contra a Rússia, mas de uma compreensão mútua e uma coexistência pacífica. Não precisamos da dependência militar dos EUA, mas da própria responsabilidade perante o mundo" — diz a carta.

"Como militares, nós sabemos bem que a guerra não deve ser um  instrumento da política. Partindo da nossa experiência, nós podemos avaliar bem as consequências para toda a Europa" – declarou durante uma entrevista coletiva o ex-ministro da Defesa da Alemanha Oriental, almirante Theodor Hoffmann.

Ele destacou ainda que os principais problemas da atualidade podem ser resolvidos somente em cooperação com a Rússia.

"A experiência mostra que é melhor manter amizade com os russos, do que lutar contra eles" – disse Hoffmann.

Nas suas palavras, muitos dos que assinaram a carta aberta vivenciaram a Segunda Guerra Mundial.

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