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“Pracinhas” sempre reconheceram papel dos soviéticos na vitória sobre o nazifascismo

© Tereza Sobreira/ MDSolenidade em Comemoração aos 70 anos da tomada de Monte Castelo, na segunda Guerra Mundial
Solenidade em Comemoração aos 70 anos da tomada de Monte Castelo, na segunda Guerra Mundial - Sputnik Brasil
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A inclusão da bandeira da Rússia no desfile dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro, em 8 de maio, honra e faz justiça ao sentimento de admiração por parte dos “pracinhas” brasileiros, que lutaram na Itália durante a Segunda Guerra Mundial, em relação aos soldados soviéticos no combate ao nazifascismo.

Bandeira da Rússia. - Sputnik Brasil
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Bandeira da Rússia estará no desfile dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, no Rio
A afirmação é do historiador e professor da Universidade Federal do Paraná, Dennison de Oliveira. 

Para o especialista em História da Segunda Guerra Mundial, do ponto de vista dos historiadores profissionais não cabe mais nenhuma controvérsia quanto ao papel fundamental da União Soviética na vitória sobre a Alemanha nazista durante o período de 1941-1945.

Segundo Dennison de Oliveira, coube de fato ao povo e ao governo soviéticos arcar com a maior parte do fardo da luta que implicou na destruição do nazifascismo. “É um fato histórico estabelecido que foi através da ação da frente soviética que foram mortos 80% dos soldados alemães. Também é fato histórico que 75% do material de guerra da Alemanha nazista e de seus aliados foram destruídos na frente oriental. Bem como 75% dos tanques, da artilharia e das aeronaves foram destruídas na frente soviética. São números sobre os quais não cabe mais contestação.”

O professor explica que os pracinhas brasileiros que atuaram na Segunda Guerra Mundial sempre souberam da importância dos russos na derrota das tropas de Adolf Hitler, fato que está presente em jornais da época. Para Dennison de Oliveira, a homenagem é tardia, pois o reconhecimento de uma bandeira que já era honrada e até decisiva na luta contra o nazifascismo só vai ter o espaço que merece agora no século 21. “O verdadeiro combatente brasileiro nunca teve dúvidas de que a contribuição da União Soviética e do seu povo foi muito importante. Tanto é que o nosso Sexto Regimento de Infantaria, que foi o primeiro a chegar à Itália e o último a sair de combate, na edição comemorativa do jornal editado pelo seu 1.º Batalhão chamado "…E a cobra fumou" do dia 8 de maio de 1945 apresentou uma grande ilustração em que aparecem as 6 bandeiras dos países aliados: Brasil, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, União Soviética e China.”

Homenagem aos países aliados publicada na revista dos pracinhas em 8 de maio de 1945
Homenagem aos países aliados publicada na revista dos pracinhas em 8 de maio de 1945 - Sputnik Brasil
Homenagem aos países aliados publicada na revista dos pracinhas em 8 de maio de 1945

Sobre o fato de líderes expressivos do Ocidente não comparecerem à comemoração dos 70 anos do Dia da Vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial, no dia 9 de maio, em Moscou, o historiador analisa politicamente a recusa como reflexo da situação de guerra na Ucrânia.

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Sobre a questão ucraniana, o Professor Oliveira faz a comparação de que, se a Rússia pretendesse fazer no México o que a OTAN está fazendo na Ucrânia, ou se realizasse manobras junto aos países bálticos, gerando uma situação de insegurança na região, já teria sido deflagrada a Terceira Guerra Mundial. “Já teríamos retomado uma guerra mundial, porque este é um trauma nacional russo. A segurança nas fronteiras é uma coisa que nenhum cidadão russo colocaria em discussão, por causa do trauma da Operação Barbarossa [codinome pelo qual ficou conhecida a operação militar alemã para invadir a União Soviética, iniciada em 22 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, rompendo assim com o tratado de não agressão acordado entre os dois países menos de dois anos antes].

Do ponto de vista pessoal, Dennison de Oliveira acredita que os líderes que não comparecerão ao evento vão perder um grande espetáculo. “Eu acho que é uma grande burrada deles recusar o convite, pois o desfile em Moscou é uma superprodução mais que hollywoodiana, com efeitos especiais de encher os olhos, com o desfile das tropas e armamentos. Eu por nada nesse mundo perderia o que eu chamo de um dos maiores espetáculos da Terra.”

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