“Não tive a força de ter criticado o que deveria ter criticado”, disse Bachelet, na entrevista ao jornalista Mario Kreutzberger. A presidenta ficou sabendo do escândalo enquanto estava de férias. A revista chilena Que Pasa denunciou que Sebastian Davalos e a mulher Natalia Compagnon teriam usado “informação privilegiada” e “tráfico de influências” para obter um empréstimo bancário equivalente a US$ 10 milhões.
Na época, Davalos era assessor presidencial – um cargo, sem remuneração, ao qual acabou renunciando em fevereiro passado, por causa do escândalo. Segundo a reportagem, que deu origem a uma investigação, o casal teria usado o dinheiro para comprar terrenos, que foram vendidos em seguida por US$ 5 milhões a mais.
Bachelet contava com um alto índice de aprovação quando concluiu o primeiro mandato e ao assumir o segundo. Em 14 meses, ela conseguiu cumprir importantes promessas feitas durante a campanha – como a reforma da legislação eleitoral e da educação (duas heranças da ditadura de Augusto Pinochet). Ela também enfrentou desastres naturais – o mais recente deles, a erupção do Vulcão Calbuco. Mas o escândalo de corrupção, como a presidenta admitiu – acabou afetando a sua imagem, informou Agência Brasil.