Em conexão com a rescisão do contrato de fornecimento de navios a Moscou, os russos estão à espera do cumprimento das obrigações ou reembolso do contrato.
Segundo a mídia chinesa, a França pode vender os Mistrais, destinados à Rússia, aos chineses. De acordo com relatos da mídia chinesa, a Marinha do Exército de Libertação Popular da China está esperando a visita de um grupo de navios de guerra franceses, cujo número irá incluir dois navios militares: o navio de desembarque tipo Mistral Dixmude e a fragata tipo Lafayette Acoint.
Ontem, o vice-primeiro-ministro russo Dmitry Rogozin disse que, sem a permissão da Federação da Rússia, a França não pode vender os porta-helicópteros e que a "parte francesa foi informada disso."
Se a China comprasse os Mistrais, a Marinha chinesa receberia dois modernos navios anfíbios, que atualmente não possui.
É importante ressaltar que os dois navios, construídos por encomenda da Rússia, são especialmente adaptados para os helicópteros navais "Kamov" (Ka-28 e Ka-31) que estão ao serviço da Marinha chinesa em número significativo. A Rússia lançou ainda uma nova versão do helicóptero de ataque Ka-52 especialmente para equipar estes navios. Assim, o projeto poderia criar as condições para expansão da cooperação técnico-militar entre a Rússia e a China.
A parte lesada da transação russo-chinesa seriam os Estados Unidos e seus aliados na Ásia. Os EUA já fizeram esforços significativos para inviabilizar um acordo entre a França e a Rússia, mas a influência americana pode ser insuficiente para impedir o negócio entre a França e a China.
A história dos Mistrais russos já causou uma série de piadas. Por exemplo, o jornal francês Le Figaro avançou uma lista de opções no caso de o país escolher não entregar os navios à Rússia. Entre elas estão o afundamento dos navios no oceano, a sua entrega à Marinha francesa ou a venda a um terceiro país.
Anteriormente em 1 de abril, no Dia da Mentira, a edição EUobserver publicou um artigo sobre a venda dos porta-helicópteros Mistral à União Europeia. A edição escreveu que o primeiro navio devia receber o nome de Juncker (em homenagem a Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia) e o outro, Mogherini (em homenagem a Federica Mogherini, chefe da diplomacia europeia).
A Rússia e França assinaram, em junho de 2011, um acordo de US$ 1,5 bilhões para a construção de dois navios tipo Mistral. A entrega da primeira embarcação estava prevista para novembro de 2014, mas nunca aconteceu. Paris adiou a entrega, alegando interferência de Moscou na crise ucraniana.
O lado russo negou várias vezes qualquer envolvimento no conflito interno ucraniano, advertindo que a França terá de pagar uma multa em caso de não cumprimento das suas obrigações no âmbito do contrato.