"Tais acusações infundadas, vagas e gratuitas nunca vão produzir um resultado positivo, para dizer o mínimo", disse o porta-voz.
Em entrevista veiculada hoje pela emissora pública alemã ZDF, o líder ucraniano mais uma vez voltou a acusar Moscou de enviar tropas para o sudeste da Ucrânia, afirmando que haveria atualmente cerca de 11 mil militares russos em seu país.
A região de Donbass vem sofrendo as consequências de uma operação militar lançada por Kiev em abril do ano passado para sufocar os movimentos de independência locais, que se recusaram a reconhecer a legitimidade do governo central após um golpe de Estado em fevereiro de 2014. Segundo dados da ONU, o conflito já deixou mais de 6.100 mortos desde então.
No entanto, e apesar de um importante cessar-fogo alcançado em fevereiro deste ano com a mediação da Alemanha, da França e da Rússia, Poroshenko segue firme na retórica belicista. Na entrevista à ZDF, ele afirmou que Kiev lutará pela Ucrânia “até a última gota de sangue” e classificou o acordo de Minsk (documento que prevê o cessar-fogo como um dos pontos-chave para a resolução do conflito) como uma “pseudo-paz”, negando ao mesmo tempo a existência de uma retórica nacionalista nos círculos políticos do país.
Peskov, por sua vez, lembrou que a Rússia já refutou em múltiplas ocasiões as alegações de Kiev sobre o seu suposto envolvimento na crise ucraniana. Acusações semelhantes também foram levantadas contra Moscou por oficiais da OTAN e dos EUA, que afirmam ter evidências da participação da Rússia nas hostilidades entre as tropas de Kiev e os independentistas de Donbass. Tais “evidências”, contudo, nunca foram confirmadas de forma independente.