Liderados pela União Social Democrata da Macedônia (SDSM), principal partido de oposição do país, os manifestantes, mais de vinte mil pessoas, se reuniram em frente do prédio do governo na praça central de Skopje, relata um correspondente da agência noticiosa russa RIA Novosti no local.
Os manifestantes estão carregando bandeiras macedônias e albanesas gritando "Adeus Nikola!" e "A censura é proibida", e por vezes ouve-se a exigência "Demita-se!". Uma grande tela instalada na praça mostra um vídeo de macedônios reclamando sobre altos níveis de desemprego e corrupção, após o que várias representantes da oposição criticaram diante da multidão o governo por sua ineficácia na solução destes problemas.
Hiljade ljudi ispred zgrade makedonske vlade, nema incidenata #протестирам #rtsvesti http://t.co/mDuIH4feDF pic.twitter.com/vvnfCYD7yc
— RTS Vesti (@RTS_Vesti) 17 мая 2015
Durante o seu discurso, o líder do SDSM, Zoran Zaev, prometeu continuar o protesto até que Gruevski renuncie:
"Nós não vamos dispersar até que o primeiro-ministro cumpra as nossas exigências e renuncie."
Ele acrescentou que, caso Gruevski não saia do governo, a Macedônia verá uma guerra semelhante à da Ucrânia.
O correspondente russo noticiou que o discurso de Zaev de 30 minutos foi interrompido várias vezes por aplausos e gritos da multidão.
RT also has a livestream of the protests: http://t.co/77lRZN18WR #protestiram #macedonia pic.twitter.com/PuSTxWQCiO
— Balkanist Magazine (@Balkanist) 17 мая 2015
Cansados devido ao calor intenso, vários milhares de pessoas deixaram a praça, enquanto outros milhares decidiram continuar o protesto. Ao anunciar a manifestação na sexta-feira (15), Zaev tinha afirmado que se esperavam 70 mil pessoas. De acordo com ele, os manifestantes deveriam trazer câmeras para documentar qualquer violência policial. Antes do protesto, o primeiro-ministro Gruevski afirmou que não iria renunciar.
O partido SDSM, sucessor do partido Comunistas da Macedônia, apoia a ideia de o país se tornar "membro de pleno direito da OTAN e da UE", ideias que o governo de Gruevski rejeita.
Na sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, emitiu uma declaração sobre a crise na Macedônia, dizendo que os eventos "estão a desenvolver-se no contexto de recusa das autoridades macedônias de se juntar a política de sanções contra a Rússia, bem como no quadro do seu apoio ativo ao projeto de construção do gasoduto Turkish Stream, ao mesmo tempo que muitos em Bruxelas e no exterior são contra".