“É claro que um país tão poderoso como a Rússia pode superar o sistema de defesa antimíssil rapidamente. A questão não é essa. A questão que nos preocupa (e devido à qual ajudamos os nossos aliados europeus) é a proteção contra o Irã e outras ameaças que existem na região”, disse na terça-feira o vice-presidente do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, almirante James Winnefeld.
Ele observou que os EUA estão a implantar na Europa "um análogo do sistema de defesa antimíssil nacional", que não é dirigido contra a Rússia porque ele não tem essa possibilidade.
“A política dos Estados Unidos não é a criação de um sistema da defesa antimíssil para combater os mísseis balísticos russos na Europa. A colocação de elementos do sistema na Polônia e Romênia é destinada a combater mísseis balísticos de longo alcance que podem ser lançados de outros países fora da região euro-atlântica contra os nossos parceiros na Europa”, disse Winnefeld.
Entretanto, na terça-feira, o secretário de Defesa dos EUA Ashton Carter e o ministro da Defesa polonês Tomasz Seminyak se reuniram em Washington para discutir as questões da segurança e da OTAN. Em particular foram discutidas "as salvaguardas da cooperação dos aliados e fortalecimento das capacidades de contenção da OTAN" — tradicionalmente esta formulação significa na aliança a contenção da Rússia. Em março Seminyak também declarou que o governo espera ampliar a presença militar da OTAN no país.
Anteriormente, depois das negociações sobre programa nuclear iraniano em Lausanne, a porta-voz da OTAN, Oana Lungescu, disse que os países membros da aliança não pretendem abandonar as intenções de expansão do sistema de escudos antimíssil na Europa, apesar dos recentes acordos com Teerã, que impedem a produção de armas nucleares iranianas.
Antes de as partes terem assinado o acordo sobre o programa nuclear iraniano, políticos russos alegaram que o documento irá invalidar a necessidade de qualquer sistema da defesa antimíssil, porque a OTAN não conseguirá explicar tal necessidade.
O representante permanente da Rússia na OTAN, Aleksandr Grushko, afirmou por sua vez que as decisões da aliança alteram a situação política e militar na Europa, representam grande ameaça à Rússia e serão consideradas por Moscou no planejamento da defesa do país.