O anúncio foi feito nesta quarta-feira (20), depois do encontro do chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, com a vice-secretária das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Valerie Amos. O encontro coroa os esforços que o Irã tem aplicado recentemente para que o Djibouti coopere na transferência da ajuda humanitária.
Na quinta-feira (21), um avião iraniano deverá transportar uma carga humanitária para o país africano.
Além disso, foi confirmado hoje que, dentro de pouco, o navio iraniano Iran Shahed deve chegar ao porto iemenita de Hodeida transportando ajuda humanitária.
O Irã tem insistido com firmeza que pretende fazer chegar ajuda humanitária ao povo iemenita, não obstante os obstáculos. E parece que o fará. As autoridades de Teerã até têm afirmado que irão declarar guerra contra quem ousar impedir que o Iran Shahed chegue ao porto no mar Vermelho. Especialistas acreditam que não se trata de ameaça mas de um vestígio do discurso tradicional iraniano.
A tentativa iraniana de fornecer ajuda humanitária ao Iêmen é apoiada pela Rússia. A chancelaria desse país reiterou que irá buscar vias para persuadir a ONU a dar início a um processo de negociações entre as partes em conflito em torno do Iêmen.
Coalizão bombista não quer a paz
No entanto, os membros da coalizão liderada pela Arábia Saudita resolveram que não irão cessar os bombardeios.
A conferência dos aliados em Riad terminou na terça-feira (19) com uma manifestação de apoio ao presidente exilado do Iêmen, Abed Rabbo Mansour Hadi. Traduzindo: o apoio significa, neste caso, a continuação dos ataques contra as posições dos rebeldes houthis.
A trégua de cinco dias, que recentemente expirou, não foi tranquila. Houve acusações de violações do cessar-fogo de ambas as principais partes do conflito. Em um discurso depois do fórum, o presidente exilado Hadi disse: "As milícias houthis e as forças leais ao [ex-presidente do Iêmen, Ali Abdullah] Saleh não compreenderam corretamente o sentido da trégua, o que se refletiu nas contínuas violações da mesma".
No entanto, os houthis acusam por sua vez a parte saudita de ter realizado ações militares durante o cessar-fogo.
A posição dos EUA também preocupa os observadores, já que este país apoia abertamente a intervenção armada dos sauditas.