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Em apenas dois dias 220 haitianos chegaram ao Acre, diz governo

© João Paulo Charleaux/ConectasO governo do Acre afirma não ter condições para lidar sozinho com a crise na cidade de Brasileia, principal ponto de entrada de haitianos que vêm ao Brasil sem visto.
O governo do Acre afirma não ter condições para lidar sozinho com a crise na cidade de Brasileia, principal ponto de entrada de haitianos que vêm ao Brasil sem visto. - Sputnik Brasil
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O porta-voz do governo do Acre, Leonildo Rosas, designado para falar sobre o fluxo migratório de haitianos no Brasil, apontou nesta quarta-feira que, somente “de ontem para hoje, chegaram mais 220 imigrantes no nosso abrigo, a maioria de haitianos”.

Ele citou o dado para explicar que a suspensão do deslocamento dos estrangeiros para São Paulo vai fazer com que o problema continue concentrado no estado acriano. “Houve entendimento com governo de São Paulo e o Ministério da Justiça para que a suspensão ocorra neste momento, embora saibamos que nós, aqui, vamos continuar sofrendo”, declarou.

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Rosas destacou que o Acre trabalha com o governo federal em uma transição desde abril, para que a responsabilidade sobre o acolhimento dos imigrantes deixe de ser estadual.

“Todo dia chega gente, e a nossa capacidade de pessoal, financeira e de material se exauriu. Nos últimos quatro anos, o governo do Acre já gastou, de recurso próprio, mais R$ 10 milhões para abrigar haitianos e irmãos de outros países”, declarou.

Segundo o porta-voz, este esgotamento ocorre mesmo com o recebimento de recursos federais. Desde o final de 2010, o estado acolheu quase 40 mil estrangeiros, informou.

Ele explicou que os haitianos são livres para escolher o estado de destino, pois a maioria não deseja ficar no Acre. Dados das fichas de identificação feitas no abrigo acriano revelam que 95% optam por São Paulo. Enquanto o deslocamento estiver suspenso para a capital paulista, será possível, no entanto, viajar até outro estado, segundo informou. “Eles escolhem para onde querem ir e o governo procura dar encaminhamento a esta demanda”, declarou.

Sobre o fato da prefeitura de São Paulo não ter sido avisada sobre a chegada de grande número de haitianos, Rosas nega qualquer conflito ou cisão, seja com o governo federal ou com o governo da capital paulista, informou Agência Brasil.

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