Ben Hodges destacou que o governo de Kiev compreende perfeitamente a necessidade desse tipo de “investimento” para a manutenção da segurança no país.
“Essa é uma visão de longo prazo para o preparo profissional e busca por possibilidades de treinamento dos oficiais por representantes de outros países. É importante esse reconhecimento da necessidade de uma base de investimento para garantir a segurança do povo ucraniano. Eu acho que esse é o caminho certo”, disse Ben Hodges aos jornalistas em Kiev.
“Ajudaremos vocês a defender o seu direito de proteger o seu país. Faremos de tudo para que a guarda nacional domine a experiência prática dos militares norte-americanos”, disse Hodges. Ele disse que 25 exercícios militares da OTAN estão sendo planejados ainda este ano e manifestou certeza de que a escala desses exercícios deverá ser cada vez mais ampliada.
Os exercícios acontecem tendo como pano de fundo a gradual retomada e intensificação dos conflitos no leste ucraniano. Na noite de 18 para 19 de maio as Forças Armadas da Ucrânia recomeçaram os bombardeamentos intensivos da cidade de Donetsk e aumentaram a sua atividade na área do aeroporto de Donetsk. As partes do conflito trocam acusações de violar os Acordos de Minks. Oficialmente, entretanto, o cessar-fogo segue em vigor.
Kiev está realizando, desde meados de abril, uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas, chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado ocorrido em fevereiro de 2014 em Kiev. Segundo os últimos dados da ONU, mais de seis mil civis já foram vítimas deste conflito.
Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região aumentou, bem como o número de vítimas do conflito. Isto fez regressar ambas as partes às negociações. O novo acordo de paz, firmado em Minsk entre os líderes da Rússia, da Ucrânia, da França e da Alemanha inclui um cessar-fogo global no leste da Ucrânia, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave (tendo em conta as particularidades das regiões de Donetsk e Lugansk, acordadas com os representantes destas áreas), e também a aceitação de uma legislação sobre o estatuto de Donetsk e Lugansk.