A carta foi assinada por mais de 140 empresas de tecnologia e renomados especialistas do setor de segurança. O documento exorta Obama a rejeitar a proposta do governo de enfraquecer os sistemas de segurança de smartphones para permitir que os dados criptografados de seus usuários possam ser acessadas por agências de aplicação da lei do país.
"A criptografia segura é a pedra angular da segurança da moderna economia da informação. A criptografia protege milhares de milhões de pessoas todos os dias contra inúmeras ameaças — sejam eles criminosos de rua tentando roubar nossos telefones e laptops, os criminosos informáticos que tentam nos enganar, espiões corporativos tentando obter mais valiosos segredos comerciais das nossas empresas, governos repressivos que tentam sufocar a dissidência, ou agências de inteligência estrangeiras tentando comprometer os nossos e mais sensíveis segredos nacionais de segurança dos nossos aliados" — defende um dos trechos centrais da carta, cujo conteúdo foi divulgado pelo jornal Washington Post.
Apesar de o FBI e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apoiarem o uso de criptografia, ambos defendem a necessidade da existência de uma brecha permitindo o acesso legal aos dados de usuários em caso de necessidade.
Especialistas por sua vez, destacam o nonsense de tal recurso, já que, uma vez criado, o mesmo também poderia ser usado por hackers e governos de outros países, invalidando todo o mérito da segurança dos dispositivos móveis.
A criação de tal grupo se fez necessária após o ex-agênte de Inteligência dos EUA, Eduard Snowden, ter divulgado publicamente uma série de materias secretos comprovando a existência de um amplo esquema de monitoramento digital por parte de agências federais norte-americanas e britânicas. Snowden, que atualmente encontra-se refugiado na Rússia, também afirmou que as inteligências dos EUA e do Reino Unido montam frequentemente chips em celulares, laptops e outros dispositivos com programas de espionagem que coletam dados.