A informação foi revelada ao jornal O Estado de S. Paulo pela presidência da comissão e considera o fato de o especialista pode vir a ser procurado pela Interpol a pedido da polícia da Suíça. Falciani é perseguido pela Justiça suíça por ter violado as normas do segredo bancário do país, o que na prática fez com que o governo solicitasse à polícia internacional sua prisão. A Interpol, por sua vez, poderia distribuir uma Red Notice — um alerta de Difusão Vermelha — solicitando sua prisão.
Hervé Falciani revelou no final de abril sua intenção de colaborar com as autoridades brasileiras na investigação sobre possíveis crimes de evasão fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção atreladas às contas secretas abertas pelo banco HSBC Private Bank, descobertas em 2008. Desde fevereiro, o jornal Le Monde e o Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (CICJ) vêm revelando os detalhes do esquema que envolve 106 mil clientes do banco em 203 países. Entre 2006 e 2007, depósitos da ordem de US$ 100 bilhões transitaram pela filial de Genebra da instituição em direção a paraísos fiscais. De acordo com o portal UOL, 8,6 mil clientes brasileiros teriam um total de US$ 7 bilhões em 6,6 mil contas bancárias da agência suíça.
Até aqui a CPI pretendia levar Falciani ao Brasil, com apoio do Ministério da Justiça, da Procuradora-Geral da República e da Polícia Federal. A solução encontrada, porém, foi a inversa. A delegação brasileira, liderada pelo presidente da CPI, Paulo Rocha (PT-PA), pelo vice-presidente, Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), e pelo relator, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), irá dentro de duas semanas à França.
fonte: Estadão Conteúdo