Neste momento, ele fica no mesmo lugar e continua o recrutamento, disse uma fonte da edição.
Pelo menos 300 suecos já foram lutar pelo Estado Islâmico. A identidade de 130 deles já foi comprovada pelo Serviço de Segurança Estatal da Suécia (SÄPO, na sigla em sueco). Cerca de 80 pessoas já voltaram ao país depois de lutar ao lado do Estado Islâmico e outros grupos radicais islamistas. Segundo os dados do SÄPO, muitos deles podem ter tarefas terroristas.
Billé Ilias Mohamed é uma figura bem conhecida no meio de jihadistas e já foi alvo da justiça sueca. Em 2010 ele e seu cúmplice foram acusados de preparação de um ato de terror pelo tribunal de Gotemburgo. O processo penal atraiu a atenção da comunidade internacional e foi o primeiro caso desse gênero na história da justiça sueca. Segundo o tribunal, o criminoso foi treinado no campo da organização terrorista al-Shabab na Somália. Quando foi detido, ele, segundo o promotor, preparava um atentado como homem-bomba. A decisão do tribunal foi apelada e ambas as pessoas foram libertadas porque não houve provas suficientes.
A situação com o recrutamento para as fileiras do Estado Islâmico é muito preocupante, diz o chefe da SÄPO.
”Se isto continuar sem alterações, em breve não poderemos lidar com a situação”, confessou.
Além disso, segundo o SÄPO, há cada vez mais simpatizantes do Estado Islâmico na Suécia, e isto torna-se cada vez mais comum e aceitável na sociedade.
Entretanto na semana passada (15 de maio) a administração da capital sueca, Estocolmo, publicou uma instrução para criar condições favoráveis para regresso de ex-membros do grupo Estado Islâmico à Suécia, alegando a necessidade de reintegrá-los na sociedade sueca.
Porém, nem todos gostaram da proposta.
“Por razões ideológicas eles sistematicamente matam pessoas e às vezes querem destruir populações. Não há pontos convenientes no sistema judicial sueco para isso. Não acho que seja racional tratar esses crimes como, por exemplo, um roubo comum em um supermercado”, disse Hanif Bali, um parlamentar sueco de origem iraniana e membro do Partido Moderado durante debates no canal televisivo Aftonbladet TV. Além disso, ele chamou os que foram lutar pelo Estado Islâmico de “traidores do Estado” e sublinhou a necessidade de desislamização do país.
“É inaceitável o fato de que um representante oficial do segundo maior partido da Suécia fale na televisão como [terrorista da extrema direita Anders] Breivik!”, escreve o social-democrata Torbjörn Jerlerup no seu blog. Seus colegas concordam com ele em seu desejo de apoiar antigos combatentes do Estado Islâmico.
Então, o SÄPO terá que simplesmente aceitar o fato de que em breve não poderão lidar com a situação. Não é o único exemplo de criação de boas condições para terroristas nos países da Escandinávia. Por exemplo, tornou-se público que 32 dinamarqueses recebiam pagamentos sociais enquanto lutavam ao lado dos jihadistas no Oriente Médio.