O encontro, envolvendo representantes da União Europeia e de seis ex-repúblicas soviéticas, chegou ao fim sem definições quanto às principais aspirações de alguns países do Leste Europeu, interessados na integração com o bloco ocidental e num regime de livre circulação pelo continente, e com sérias divisões no que diz respeito à Rússia e à atual crise ucraniana.
De um lado, Armênia, Azerbaijão e Bielorrússia se recusaram a assinar um documento condenando o que a UE define como uma "anexação ilegal" da Crimeia pela Rússia, em referência à reintegração da península à Federação Russa, ocorrida no ano passado. De outro, o presidente ucraniano, Pyotr Poroshenko, ouviu das autoridades europeias que os países da zona do euro não estão prontos para estabelecer um regime livre de vistos com a Ucrânia ou com outros membros da "Parceria Oriental".
Segundo as autoridades da União Europeia, a cúpula realizada ontem e hoje na Letônia teve como objetivo discutir perspectivas de cooperação entre o bloco e os demais países participantes. E, embora Ucrânia, Geórgia e Moldávia tenham assinado, no ano passado, um acordo de associação com a UE, isso ainda não significa que esses Estados estejam ou estarão habilitados a ingressar no grupo. No entanto, Bruxelas afirmou que vê com bons olhos os esforços de Kiev e Tbilisi para alcançar um regime livre de vistos.
Para o ministro das Relações Exteriores da Bielorrússia, Vladimir Makei, a falta de progresso e as divisões internas mostram que a tal "Parceria Oriental" tem sido uma grande fonte de discórdias desde a sua fundação, em 2009. E, de acordo com ele, o Leste Europeu, nos últimos tempos, só tem enfrentado tensões crescentes e novos confrontos, que aprofundam essas divisões.
Com ou sem progresso, os membros da "Parceria Oriental" devem voltar a se reunir dentro de dois anos para avaliar os "resultados" alcançados nos últimos tempos.