Convidado por jornalistas para falar sobre os atuais desafios da indústria espacial russa, abalada por supostos escândalos de corrupção e alguns acidentes, Rogozin destacou que a reformulação do setor teve início há apenas um ano e meio, tempo inferior ao da indústria de armamentos, por exemplo, que, após três anos de mudanças, vem apresentando ótimos resultados. Segundo ele, apesar dos obstáculos, é preciso seguir adiante com os planos, pois ninguém está imune a contratempos.
Analisando o recente acidente envolvendo o foguete portador Proton-M com o satélite mexicano MexSat-1, o vice-primeiro-ministro reconheceu que muita coisa ainda precisa ser feita e explicou que parte dos problemas atuais se deve à existência de ideias ultrapassadas na indústra espacial russa.
"Se na indústria da aviação não podemos imaginar a criação de novas aeronaves sem a modelagem digital, na Roscosmos ainda há projetistas trabalhando em mesas de desenhos, com a caneta na mão", disse o político, se queixando que a investigação das falhas responsáveis por acidentes também é feita com base em aproximações obsoletas.
Sobre os casos de corrupção no setor, incluindo o recente relatório divulgado pela Câmara de Contas da Rússia sobre a má utilização de fundos estatais no valor de US$ 1,8 bilhão pela Roscosmos, Rogozin observou que os responsáveis devem ser processados e punidos. Mas, ao mesmo tempo, ele destacou que "uso indevido" e "alocação ineficiente" de fundos não significam, necessariamente, roubo.