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Dilma Rousseff no México: visita reúne as duas maiores economias da América Latina

© AFP 2023 / MANDEL NGAN / Acessar o banco de imagensEncontro entre Dilma Rousseff e Enrique Peña Nieto, durante a sétima edição da Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá, em abril passado
Encontro entre Dilma Rousseff e Enrique Peña Nieto, durante a sétima edição da Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá, em abril passado - Sputnik Brasil
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A Presidenta Dilma Rousseff chega ao México para uma visita de Estado que vai até quarta-feira (27). Ela já esteve no México em junho de 2012, para a Cúpula do G-20, em Los Cabos, mas esta é a primeira visita de Estado ao país, que há mais de dois séculos mantém relações cordiais e de parceria com o Brasil.

De acordo com o subsecretário-geral para América do Sul, Central e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores, Embaixador Antônio José Ferreira Simões, a visita da presidenta ao México é fruto da convergência regional e global das duas maiores economias da América Latina.

O Embaixador Ferreira Simões explicou em entrevista coletiva que a ida de Dilma Rousseff ao México visa a aumentar e encontrar novos meios comerciais para o relacionamento bilateral entre os dois países. “Essa visita é fruto de um entendimento da presidenta com o Presidente Peña Nieto, no sentido de que há muitas convergências entre o Brasil e o México”, disse o diplomata. “Essas convergências se manifestam tanto no âmbito regional – por exemplo, no âmbito da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) – quanto no campo global, em iniciativas como a luta contra a fome”.

Antônio José Ferreira Simões destaca também que, além da expansão comercial, também vai ser assinado um Acordo de Serviços Aéreos para favorecer o turismo entre Brasil e México. Atualmente, o México absorve cerca de 15% do turismo internacional brasileiro, além de ser o principal destino turístico da América Latina. “Nós vamos ter a assinatura de um acordo de serviços que vai facilitar as ligações aéreas. Vamos ter também um memorando de entendimento sobre cooperação turística. Como se sabe, o México é uma potência mundial em termos turísticos, e, então, é extremamente interessante poder trabalhar com o México nessa área, que o Brasil já desenvolve bastante, mas tem um potencial enorme a desenvolver”.

Outro documento de destaque a ser assinado entre a Presidenta Dilma Rousseff e o Presidente Peña Nieto é um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos entre os dois países, o primeiro a ser firmado na América Latina. Atualmente o volume de investimento mexicano no Brasil é de cerca de US$ 23 bilhões. “É um formato novo de Acordo. Esse vai ser o terceiro a ser assinado pelo Brasil. Foi firmado já com Angola e Moçambique, e vai ser o primeiro assinado na América Latina. O Brasil é um grande receptor de investimentos mexicanos. Na verdade, o segundo maior país que recebe investimentos mexicanos no mundo é o Brasil, depois dos Estados Unidos”.

O embaixador ressaltou que os investimentos brasileiros no México têm sido crescentes, destacando a construção de um polo petroquímico no estado mexicano de Veracruz – o projeto Etileno XXI, com investimento de quase US$ 5 bilhões, desenvolvido por uma associação empresarial entre a brasileira Braskem e a mexicana Idesa. Outro projeto que vem sendo desenvolvido pelo Brasil no México é no campo siderúrgico, com a construção, pela Gerdau, de um complexo no Estado mexicano de Hidalgo, com investimento da ordem de US$ 600 milhões.

Segundo o subsecretário-geral para América do Sul, Central e do Caribe, dois acordos regem hoje as relações bilaterais entre Brasil e México, o ACE-53, que engloba 800 produtos, e o ACE-55, que trata do comércio automotivo, que representa quase metade do comércio total. E a expectativa da Presidenta Dilma é expandir ainda mais o comércio bilateral por meio de uma liberalização progressiva.

Antônio José Ferreira Simões explica ainda que no encontro entre Dilma Rousseff e o presidente do México, Enrique Peña Nieto, deve ser relançada a Comissão Binacional, que é chefiada pelos chanceleres dos dois países e reúne membros de vários ministérios. A comissão é composta de quatro subcomissões: uma política; outra econômica, comercial e financeira; a terceira, de cooperação técnico-científica; e a última, de cooperação educativo-cultural.

As relações diplomáticas entre Brasil e México foram estabelecidas em 1830, mas o Brasil, como sede da Coroa portuguesa desde 1808, já mantinha relações consulares com o México desde 1810, quando se deu a declaração de independência mexicana.

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