Segundo o Unicef, “as vítimas são usadas para detonar bombas ou cintos de explosivos em locais muito frequentados, tais como mercados e estacionamentos. O representante do fundo na Nigéria, Jean Gough, reforçou que as crianças não são autores desses atentados, mas também vítimas. “As crianças não estão instigando esses ataques suicidas; estão sendo usadas intencionalmente por adultos da maneira mais horrível.”
Gough relatou que muitas crianças foram separadas de suas famílias ao fugirem da violência no nordeste da Nigéria com a ação do grupo Boko Haram. Ele explicou que, desta forma, sem a proteção dos pais, ficam sujeitas à exploração, “o que pode levar ao envolvimento em atividades criminosas ou ligadas a grupos armados”.
A Unicef estima que 743 mil crianças fugiram de suas casa por causa dos causa dos conflitos. O número das que estão separadas de seus país pode chegar a 10 mil. O fundo teme que a utilização de crianças em ataques à bomba façam com que elas passem a ser vistas como potenciais ameaças “o que poria todas as crianças associadas a grupos armados em risco de retaliação e impediria a reabilitação e reintegração na comunidade”.