O Secretário Nikolai Patrushev declarou: "O Ocidente usa cada vez mais as instituições financeiras internacionais como instrumento de pressão. Nos últimos 10 anos, a saída de capital das economias dos BRICS foi igual a pelo menos US$ 3,5 trilhões. Mais da metade deste montante saiu durante os últimos três anos."
Para o economista Theotônio dos Santos, professor da UERJ – Universidade Estadual do Rio de Janeiro, este montante se refere ao pagamento dos juros da dívida externa dos países BRICS.
“Ao emprestar dinheiro para países fortemente endividados”, comentou o Prof. Santos, “as grandes corporações internacionais do Ocidente estabelecem sistemas de pagamento draconianos, o que consome boa parte de suas riquezas. Daí, os valores apontados pelo Secretário Patrushev. São pagamentos em volumes gigantes, os quais os países não podem se negar a honrar, diante das imposições demonstradas pelas instituições credoras.”
Segundo Nikolai Patrushev, os BRICS são capazes de opor algo à infraestrutura financeira internacional vigente, tendo o FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial como seus pilares. A opção do grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul é dupla: a sua proposta inclui o Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo Contingente de Reservas, instituições destinadas a ajudar os países emergentes. O secretário do Conselho de Segurança da Rússia destacou ainda o crescente papel dos BRICS como um grupo internacional com grande potencial.
Para o Professor Theotônio dos Santos, Patrushev está coberto de razão: “Concordo inteiramente com os argumentos do Secretário Patrushev. Vejam o exemplo da China, que investiu em Fundo Soberano, fortaleceu as suas instituições financeiras e demonstrou forças suficientes para atrair o interesse de outros países em investir e acreditar nestas instituições. É isso o que os países BRICS devem fazer, fortalecer a si mesmos e as duas instituições que estão criando, o Novo Banco de Desenvolvimento e o Acordo Contingente de Reservas.”