O vice-chefe da FPU, Sergei Kondratyuk, disse o seguinte: "Nós começamos os protestos em massa. A primeira manifestação acontece hoje, 27 de maio, a segunda será no dia 3 de junho e a terceira no dia 10 de junho." Os sindicatos definiram os três objetivos principais: a apresentação imediata pelo Conselho de Ministros de propostas ao Parlamento ucraniano sobre o aumento dos salários a partir de 1 de Julho e visando impedir a inclusão de medidas antissociais no orçamento de 2016."
Segundo afirmou o vice-chefe, o salário mínimo agora está em 1218 grívnas (56,5 dólares) 2,5 vezes menor do que foi estabelecido por lei. De acordo com ele, o salário mínimo no país deve ultrapassar 3500 grívnas (162,41 dólares) por mês, mas o governo se recusa ao diálogo social sobre a revisão das normas existentes. Um fato muito triste é que o salário mínimo na Ucrânia pode ser comparado com o salário dos habitantes da Zâmbia.
Sergei Kondratyuk disse que o governo esconde as dimensões da pobreza no país e o crescimento dos salários atrasados atingiu 2 bilhões de dólares, afetando mais de 500 mil trabalhadores, o que viola os direitos constitucionais dos cidadãos. Kondratyuk disse que os trabalhadores ucranianos receberam o apoio da Confederação Sindical Internacional, com sede em Bruxelas, enquanto o seu líder, Sharon Barrow, está se preparando para realizar uma visita a Kiev.
Centenas de pessoas participam na ação do protesto, permanecendo na frente da entrada principal do edifício do governo. Os manifestantes estão carregando bandeiras da Federação de Sindicatos da Ucrânia e cartazes com lemas "O trabalhador não deve ser pobre! Isto envergonha o Estado", "Tributar pensões é uma vergonha nacional!" e "Não à redução da produção e ao desemprego. Sim aos postos de trabalho".
A manifestação de hoje pode ser considerada como um aviso às autoridades — disse o chefe da FPU. Enquanto isso, o governo de Kiev não considera uma recuperação econômica como uma tarefa prioritária da sua política. Parece que a questão de prioridade é a escalada do conflito no Sudeste do país.
Os manifestantes bloquearam várias vezes o tráfego no centro de Kiev, queimaram pneus, e também foram registrados confrontos entre eles e a polícia. Em 21 de maio uma manifestação semelhante havia sido reprimida após uma reunião com os deputados ucranianos.
Estas manifestações podem ser consideradas como um aviso às autoridades e, se não forem tomadas medidas para estabilizar a situação económica e social no país, podemos esperar uma nova escalada de protestos, o que já parece inevitável.