"Amanhã eu farei, com o ex-presidente [da Bolívia] Jorge [Fernando] Tuto Quiroga [Ramírez], uma visita humanitária à Venezuela para conhecer o estado de saúde de Leopoldo López e Daniel Ceballos, disse o ex-mandatário colombiano no seu Twitter, nesta quinta-feira.
Mañana iré #Venezuela en visita humanitaria para conocer estado salud @leopoldolopez @Daniel_Ceballos con Ex Presidente #JorgeTutoQuiroga
— Andrés Pastrana A (@AndresPastrana_) 27 мая 2015
Leopoldo López, ex-prefeito da cidade de Chacao pelo partido Voluntad Popular, liderou os protestos anti-Maduro em fevereiro de 2014. Agora, está preso por acusações de terrorismo e homicídio. Daniel Ceballos, ex-prefeito de San Cristóbal, está também preso sob acusações semelhantes.
Além do tuíte, Pastrana enviou, segundo o jornal espanhol El Diario, uma carta a Maduro em que pediu uma reunião pessoal:
"Deus queira, presidente Maduro, que possamos ter e manter um encontro com o senhor. Deus queira que possamos compartilhar com o senhor as nossas inquietações sobre o que estamos assistindo neste momento e, em especial, sobre o estado de saúde em que se podem encontrar tanto Daniel Ceballos, como Leopoldo López".
Em janeiro, Andrés Pastrana já tinha efetuado uma visita à Venezuela com fins semelhantes, acompanhado pelo ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera. Os dois ex-governantes tentaram visitar os presídios em que estavam os oposicionistas, mas o acesso foi-lhes negado.
Naquela altura, a chancelaria da Colômbia afirmou que a visita do ex-presidente tinha caráter privado e não tinha sido coordenada oficialmente.
Em finais de janeiro, o presidente venezuelano também criticou Pastrana, dizendo que a Venezuela não quer ingerência colombiana.
O clube de ex-presidentes latino-americanos, de tendências de direita, apoiados e apoiantes dos EUA, já tentou influenciar a política de Dilma Rousseff.
Em abril, um grupo de antigos mandatários regionais, inclusive o brasileiro Fernando Henrique Cardoso, o mexicano Vicente Fox, o boliviano Jorge Quiroga e outros, reuniram-se no Brasil para discutir o Mercosul. Rejeitando o estado atual do Mercosul, que qualificaram de "cadáver", expressaram o desejo de que Dilma, durante a sua visita a Washington, planejada para junho, comece a "liderar a integração" da região com os Estados Unidos.
Mais cedo neste mês de maio, duas esposas de oposicionistas venezuelanas, Lilian Tintori, de López, e Mitzy Capriles de Ledezma, esposa do ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, também preso, visitaram o Brasil. Encontraram-se com senadores, mas a presidente Dilma Rousseff limitou-se a escrever uma carta bastante equilibrada, em que frisava a importância de seguir as normas do processo político.