Lavrov: EUA não têm quaisquer provas concretas sobre militares russos na Ucrânia

© AP Photo / Pavel GolovkinMinistro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov
Ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov - Sputnik Brasil
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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em entrevista ao canal de TV russo “Rússia 24”, declarou que em todo este tempo os EUA não conseguiram apresentar fatos concretos sobre a suposta presença militar russa no leste ucraniano.

No entanto, ao responder sobre a reunião com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, Lavrov afirmou que as discussões foram realizadas com muita franqueza sobre diversos temas da política internacional.

“Além da Ucrânia, discutimos abordagens para a resolução da Síria, a situação no Iêmen, a situação no assentamento palestino-israelense — muitas questões estavam na agenda”, disse.

“A Ucrânia, naturalmente, ocupou um lugar especial. A conversa foi franca, sem qualquer equívoco, sem tentativas de esconder o que precisa ser feito fazer e o que cada lado pensa. Mais uma vez, sentimos um foco sincero do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em facilitar a implementação dos acordos de Minsk”, afirmou o chanceler russo.

Ao falar sobre as divergências entre as partes sobre o conflito ucraniana e as acusações norte-americanas, Lavrov afirmou que “sim, eles acreditam que a Rússia pode fazer mais”. “Novamente, houve algumas alegações, que eles reiteraram posteriormente, sobre a existência de tropas e armas russas no sudeste ucraniano. Entregaram para nós fotocópias de muito má qualidade de imagens espaciais, como eles disseram. Estamos estudando isso. Não está claro o que foi fotografado. Mas não há fatores concretos que nos foram dados”, destacou.   

Lavrov comentou que as evidências apresentadas pelos EUA sobre a presença de tropas russas na Ucrânia foram citações da mídia russa, especificamente da "Novaya Gazeta" e do canal de TV "Rain".

“Repito, escutamos sobre 9-10 mil militares russos. Acho muito significativo que, apesar dos armamentos técnicos e tecnológicos, os norte-americanos não nos mostraram em todo esse tempo nenhum fato real, convincente e concreto”, destacou Lavrov. 

Ao comentar os avanços nas relações entre Moscou e Washington no que diz respeito às divergências sobre a crise ucraniana, Lavrov destacou que “a conversa foi franca”.

“Discutimos os formatos sobre os esforços internacionais para resolver a crise ucraniana. Levando em conta não somente a posição da Rússia, mas de outros participantes do processo, foi considerado adequado estabelecer um processo russo-americano bilateral de consulta mútua, intercâmbio de informações, a fim de compreender como os americanos influenciam Kiev, e quais os resultados que isso traz, como desenvolver nosso trabalho com Lugansk e Donetsk”, disse o chanceler.

A viagem do chefe da diplomacia dos EUA no último 12 de maio para a cidade russa de Sochi foi a primeira visita de Kerry à Rússia desde a deterioração das relações bilaterais por conta da crise ucraniana.

 

 

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