No entanto, ao responder sobre a reunião com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, Lavrov afirmou que as discussões foram realizadas com muita franqueza sobre diversos temas da política internacional.
“Além da Ucrânia, discutimos abordagens para a resolução da Síria, a situação no Iêmen, a situação no assentamento palestino-israelense — muitas questões estavam na agenda”, disse.
“A Ucrânia, naturalmente, ocupou um lugar especial. A conversa foi franca, sem qualquer equívoco, sem tentativas de esconder o que precisa ser feito fazer e o que cada lado pensa. Mais uma vez, sentimos um foco sincero do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em facilitar a implementação dos acordos de Minsk”, afirmou o chanceler russo.
Ao falar sobre as divergências entre as partes sobre o conflito ucraniana e as acusações norte-americanas, Lavrov afirmou que “sim, eles acreditam que a Rússia pode fazer mais”. “Novamente, houve algumas alegações, que eles reiteraram posteriormente, sobre a existência de tropas e armas russas no sudeste ucraniano. Entregaram para nós fotocópias de muito má qualidade de imagens espaciais, como eles disseram. Estamos estudando isso. Não está claro o que foi fotografado. Mas não há fatores concretos que nos foram dados”, destacou.
Lavrov comentou que as evidências apresentadas pelos EUA sobre a presença de tropas russas na Ucrânia foram citações da mídia russa, especificamente da "Novaya Gazeta" e do canal de TV "Rain".
“Repito, escutamos sobre 9-10 mil militares russos. Acho muito significativo que, apesar dos armamentos técnicos e tecnológicos, os norte-americanos não nos mostraram em todo esse tempo nenhum fato real, convincente e concreto”, destacou Lavrov.
Ao comentar os avanços nas relações entre Moscou e Washington no que diz respeito às divergências sobre a crise ucraniana, Lavrov destacou que “a conversa foi franca”.
“Discutimos os formatos sobre os esforços internacionais para resolver a crise ucraniana. Levando em conta não somente a posição da Rússia, mas de outros participantes do processo, foi considerado adequado estabelecer um processo russo-americano bilateral de consulta mútua, intercâmbio de informações, a fim de compreender como os americanos influenciam Kiev, e quais os resultados que isso traz, como desenvolver nosso trabalho com Lugansk e Donetsk”, disse o chanceler.
A viagem do chefe da diplomacia dos EUA no último 12 de maio para a cidade russa de Sochi foi a primeira visita de Kerry à Rússia desde a deterioração das relações bilaterais por conta da crise ucraniana.