O ministro acredita que há grandes chances de no segundo semestre alguns números ficarem mais positivos para a economia do país. “Eu acho que, se tomarmos as medidas necessárias com rapidez, teremos chance de ver uma segunda metade do ano favorável para economia”. Joaquim Levy disse ainda ser “óbvio que isso vai envolver a resposta do setor privado, de reconhecer esse momento de transição não só do Brasil, mas de toda a América Latina, e eu acho que o Brasil tem tudo para poder sair na frente”.
Esta é a terceira vez em três meses que o ministro da Fazenda tenta tranquilizar os dirigentes do FMI sobre os rumos da economia do Brasil. Joaquim Levy já tinha participado, em abril, da reunião de primavera da instituição, e no mês passado recebeu em Brasília a diretora-geral do Fundo, Christine Lagarde.
Durante a mesa de debates, o ministro da Fazenda foi a atração principal de um painel sobre a economia latino-americana, em que foi questionado sobre os motivos de o resto da América Latina crescer mais do que o Brasil. Levy disse que o país tem feito ajustes para voltar a crescer, e que o momento agora é de focar mais em reformas do lado da oferta. "Por bastante tempo, pensava-se que bastava apoiar a demanda, ter incentivos, mas isso não estava mais levando para a frente.”
O ministro da Fazenda explicou ainda que é normal o pessimismo do mercado com o Brasil. “Em geral, há um período em que você mergulha; depois você se recupera, e há algumas discussões demorando mais que o inicialmente previsto no Congresso e em outros lugares.”