Na quarta-feira (3 de junho), o senador brasileiro Ronaldo Caiado declarou que iria fazer um convite ao ex-presidente do Uruguai, José Mujica, para que "explique" uma frase que supostamente teria dito sobre o seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Mujica, como um defensor da ética e um homem que sempre condenou práticas corruptas, não vai nos deixar sem explicações sobre o ocorrido.
— Ronaldo Caiado (@SenadorCaiado) 3 июня 2015
A frase foi recolhida no livro dos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz "Uma Ovelha Negra no Poder", biografia do ex-presidente do Uruguai. Segundo eles, uma vez Lula disse a Mujica que estava envolvido em "corrupção, pressões e chantagens", porque "era impossível" dirigir o Brasil de outro modo.
No entanto, o próprio José Mujica já desmentiu o caso.
"Aparece o amigo Lula ali [no livro] conversando comigo sobre o mensalão, mas nunca falei com um brasileiro sobre o mensalão, por questões minhas", afirma, citado em maio pelo jornal Zero Hora.
Mas a bancada da oposição brasileira prefere a versão dos jornalistas:
"Lula dizia que não conhecia o problema, e esta é a primeira vez que há uma testemunha de que, sim, sabia", disse o senador Caiado, citado pelo jornal uruguaio El País.
Contudo, o ex-presidente do Uruguai não é obrigado a atendê-lo. Várias fontes já afirmaram que José Mujica já teria dito que não iria ao Brasil por este motivo.
A Sputnik Brasil já falou sobre o livro de Danza e Tulbovitz. Naquela altura, depois do lançamento, o assunto do Mercosul ocupou as manchetes. Em um trecho da biografia presidencial, os jornalistas contam uma ocasião em que Dilma e Mujica teriam organizado e realizado um esquema de excluir o Paraguai do Mercosul, pouco antes da adesão da Venezuela.
Na cúpula de junho, três integrantes do Mercosul, Brasil, Argentina e Uruguai, decidiram suspender o Paraguai devido ao impeachment do presidente Lugo, e imediatamente depois a Venezuela foi incluída na organização. Anteriormente o ingresso da Venezuela fora bloqueado pelo Paraguai. A suspensão do país perdeu a validade depois de Horacio Cartes assumir a presidência do Paraguai, em agosto de 2013.