Os itens principais intercambiados são matérias-primas e produtos do setor agrícola, notou Lavrov durante a sessão do Conselho de Negócios dedicado às relações com a América Latina.
"A nossa tarefa é tomar uns passos concretos para superar a situação atual nas relações comerciais e econômicas com os países da América Latina e do Caribe. Eu acredito que devemos centrar-nos em projetos de longo prazo naquelas áreas em que a Rússia tem posições tradicionalmente fortes", precisou Lavrov.
O chanceler russo destacou as áreas da energia, construção industrial, construção pesada, transportes, biofarmacêutica e tecnologias bioinformáticas como as mais perspectivas neste sentido.
Sergei Lavrov ressaltou a importância das "alianças tecnológicas" com o Brasil e a Argentina e projetos energéticos russos na Venezuela e no Equador.
O Brasil está participando do programa russo de navegação por satélite Glonass. Segundo várias estimativas, o sistema russo, cujas antenas e satélites cobrem quase a integridade do território latino-americano, poderá em um futuro substituir o GPS norte-americano no continente.
Além disso, no Brasil funciona o laboratório farmacêutico russo Biocad, que até participa de um programa de distribuição de remédios gratuitos do SUS.
Além disso, em uma entrevista exclusiva concedida à Sputnik Brasil em abril, o diretor de Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB, Petrônio Noronha de Souza, afirmou que a Agência Espacial Brasileira (AEB) poderia colaborar com a Rússia em diferentes projetos, inclusive na construção e manutenção da base de lançamentos espaciais de Alcântara.
Sergei Lavrov comentou também que a Rússia não considera a América Latina como uma arma política:
"A Rússia não olha a região [latino-americana] através do prisma de confronto geopolítico com ninguém. Nem nós, nem os nossos parceiros latino-americanos não estão interessados nisso. O que tem para nós um valor especial é o fortalecimento das relações de benefício mútuo em todas as áreas com os países da região".
"Nós estamos a favor de uma América Latina forte, politicamente unida, economicamente sustentável, que agora está se posicionando como um dos pilares principais do novo mundo policêntrico", frisou o chanceler russo.
Ele sublinhou também que as relações com países como a Argentina, o Brasil, Cuba, Equador, Nicarágua, Venezuela já têm o caráter de parceria estratégica.