Com este acerto comercial o Irã terá um duplo benefício: o país será capaz de controlar o espaço aéreo muito além de suas fronteiras e ao mesmo tempo proteger as suas próprias instalações nucleares contra potenciais ataques.
Se o Irã implantar os S-300 na sua costa sul, Teerã vai estar ciente de todos os voos da Força Aérea dos EUA no território do golfo Pérsico, escreve Bender. As rotas da aviação civil também ficariam sob controle.
Segundo ele, "a entrega dos sistemas reduzirá a ameaça da influência militar contra Teerã em caso de violação do acordo sobre o programa nuclear", porque os países que não têm a tecnologia Stealth, não são capazes de atacar o Irã. Então, de fato, apenas os Estados Unidos podem atacar. Mas mesmo para os Estados Unidos essas operações serão caras demais.
Na semana passada a Rússia confirmou sua decisão de enviar ao Irã os sistemas de defesa aérea S-300 solicitados. No entanto, as autoridades russas informaram que ainda não há uma data prevista para a entrega, que pode levar um certo tempo para ser feita.
Em abril, a despeito da preocupação demonstrada por EUA e Israel, o presidente Vladimir Putin aproveitou o acordo firmado entre o Irã e o grupo do P5+1, sobre o programa nuclear iraniano, para revogar o embargo imposto há cinco anos sobre o contrato dos S-300, alegando que Teerã estava demonstrando grande flexibilidade e interesse em assumir um compromisso sério com as autoridades internacionais. Para o governo russo, no atual cenário, não há mais motivos para manter as sanções de 2010 do Conselho de Segurança da ONU, que proibiram a venda de equipamentos militares para o Irã.