Barack Obama, François Hollande, Benjamin Netanyahu e bombas, bombas caindo. Esta é uma das imagens da exposição internacional de caricaturas que será inaugurada amanhã na capital do Irã.
Os trabalhos expostos tratam da operação militar contra o Iêmen que a coalizão árabe, liderada pela Arábia Saudita está levando a cabo desde finais de março. A intensificação das atividades dos rebeldes do grupo religioso Houthi, de orientação xiita, serviu como pretexto para a intervenção, que começou logo depois da fuga do presidente do Iêmen, Abd Rabbo Mansour Hadi, à Arábia Saudita.
Segundo o diretor do concurso, Seyed Mas´ud Shojaei Tabatabaei, contatado pela Sputnik Persian, a exposição deve servir como um meio de conscientização dos acontecimentos no Oriente Médio:
"Poucos meses depois do início dos bombardeios, continuam sendo cometidos crimes contra pessoas inocentes, o sangue das mulheres e das crianças continua se derramando, o medo continua reinando. Aqui no Irã, nós compreendemos que deixar esta injustiça sem atenção seria também um crime, é preciso reagir. E os caricaturistas do mundo todo estão prontos para, através da linguagem visual, explicar a atual situação real no Iêmen, dizer à comunidade internacional que é inadmissível interferir nos assuntos internos nesse país. São estes os objetivos da nossa exposição-concurso".
"É triste saber que a mídia ocidental silencia a intervenção no Iêmen", frisou Tabatabaei, que afirma que houve um consenso entre a Arábia Saudita e os EUA para iniciar os ataques.
"Não tenha dúvida de que a agressão saudita está sendo realizada sob o firme controle dos EUA. É bem sabido que Riad optou pelo caminho da guerra logo depois de o ministro das Relações Exteriores desse país ter se encontrado com Barack Obama e recebido a "bênção" para a agressão em relação ao Iêmen", disse.
O concurso tem duas categorias: trabalhos isolados e séries de trabalhos. O vencedor de cada categoria ganhará 1.500 dólares, o segundo lugar será remunerado com um prêmio de 1 mil dólares, e o terceiro, com 700 dólares. Entre outros países, há participantes da China, Itália, Polônia e Rússia.
Anteriormente, Teerã sediou uma exposição de caricaturas que ridicularizavam o Estado Islâmico.