Em discurso a representantes de 61 países reunidos na cúpula da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), a presidente argumentou que o País já cumpriu 72% da meta definida em 2009, de reduzir em 36% as emissões.
As declarações sobre mudanças climáticas foram feitas no momento em que crescem as pressões internacionais para que grandes países emergentes, como Brasil, Índia e Rússia, assumam compromissos na 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP21), que será realizada em Paris entre novembro e dezembro.
Esta cúpula deve resultar em um acordo para substituir o Tratado de Kyoto e garantir que a temperatura média da Terra não se eleve além de 2ºC até o fim do século, como defende a comunidade científica.
Respondendo às pressões, Dilma deu ênfase à questão climática em seu discurso em Bruxelas e garantiu que o Brasil trabalha por um "acordo vinculante e sustentável" em Paris. Dilma afirmou que a questão da transferência de tecnologia de países desenvolvidos é necessária para que os em desenvolvimento possam fazer a transição para uma economia sustentável e de baixo carbono.
Sobre a adoção de metas concretas de redução das emissões de CO2 Dilma afirmou, em entrevista a jornalistas: "Nisso o Brasil está em uma situação bastante vantajosa. Por quê? Porque lá atrás, quando ninguém definiu metas voluntárias, em 2009, durante a COP15, em Copenhague, nós definimos uma meta de mínimo de 36%. Dessa meta, agora em 2015 nós já cumprimos 72%", afirmou.
Segundo a presidente, esse resultado foi possível pela "redução drástica do desmatamento" e "pelo fato de que nós adotamos já há alguns anos um programa de agricultura de baixo carbono", entre outras medidas.
A União Europeia, e em especial o governo da França — anfitrião da COP21 —, espera com ansiedade a proposta nacional de objetivos voluntários de redução de emissões a ser apresentada pelo governo brasileiro. Nos bastidores diplomáticos, Paris considera o Brasil um emergente decisivo para estimular que outros países se engajem com metas ambiciosas na conferência de Paris, informou Agência Estado.