Segundo Berdennikov, a notificação sobre a vigência na Crimeia do acordo entre a Rússia a AIEA sobre as garantias foi enviada para secretariado da agência em 26 de março de 2014. O acordo, assinado em 21 de fevereiro de 1985, entrou em vigor na península em 18 de março de 2014. Isso significa que não houve nenhum período em que as instalações nucleares estavam fora do sistema de salvaguardas.
“Nós incluímos o reator e instalação de pesquisas nucleares na lista de objetos para as quais a Rússia pode usar as garantias da AIEA. O nosso objetivo é permitir para os inspetores da AIEA, se for necessário, chegar e verificar pessoalmente que tudo esteja em ordem”, disse Berdennikov.
Mais cedo, o diretor do Departamento para Assuntos de Não-Proliferação e Controle dos Armamentos do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Ulianov, disse que a Rússia possui o direito de colocar armamentos nucleares na Crimeia, tal como em qualquer outra região do país. Mas ele mesmo não sabia nada sobre tais planos.
A Crimeia e a cidade autônoma de Sevastopol, situada nesta península, tornaram-se parte do território russo depois do referendo realizado em 16 de março de 2014. A maioria dos participantes votou a favor da reunificação com a Rússia. Porém, as autoridades da Ucrânia continuam reclamando este território.
O Ministério da Defesa da Rússia tinha divulgado planos de deslocamento, para a Crimeia, de dez aviões portadores de mísseis Tu-22M3, capazes também de transportar ogivas nucleares. Os EUA manifestaram a sua preocupação pela eventual colocação de armas nucleares russas na península. No entanto, o ministério russo não fez ainda qualquer anúncio sobre a deslocação de armas nucleares para a Crimeia.