Em reunião de gabinete no último domingo, Netanyahu descreveu o relatório que será divulgado nesta semana pela ONU sobre o episódio como um ataque político sem embasamento, com o objetivo único de insultar o Estado de Israel, e chamou o UNHRC de "órgão hostil" e "não objetivo".
As investigações das Nações Unidas sobre os possíveis crimes cometidos por ambas as partes na guerra de 2014 têm provocado diversas polêmicas e reclamações, sobretudo por parte de Tel Aviv. Nesta segunda-feira, a ONU informou que o relator especial dos direitos humanos Makarim Wibisono foi impedido de visitar na semana passada os territórios palestinos ocupados por Israel, que acusou Wibisono de ser anti-israelense.
"Israel coopera com todas as comissões internacionais e todos os relatores, exceto quando seu mandato é anti-israelense e Israel não tem nenhuma chance de se defender", disse o porta-voz da chancelaria israelense, Emmanuel Nahshon, em entrevista à AFP.
Segundo o chefe de Direitos Humanos das Nações Unidas, Ra'ad Zeid Al Hussein, o relatório que será apresentado à comunidade internacional e que tem sido motivo de grande preocupação para Netanyahu e demais autoridades de Israel abrirá o caminho para a garantia da justiça àqueles que foram vítimas dos combates do ano passado, tanto para os que morreram quanto para os que sofreram outras violações graves do direito humanitário internacional.
Os sangrentos conflitos realizados entre os meses de julho e agosto de 2014 provocaram a morte de mais de 2.200 palestinos, principalmente civis, e 73 israelenses, em sua maioria, soldados. Apesar das alegações de Israel de que suas Forças Armadas teriam tomado todas as medidas necessárias para evitar as baixas civis de acordo com as leis internacionais, o governo do país preferiu não cooperar com a ONU durante as investigações oficiais dos acontecimentos, optando por conduzir um processo interno que, segundo Netanyahu, mostrará um retrato mais real dos fatos.