Opinião: Encontro SCO-BRICS pode ser via para acabar com marasmo econômico global

Opinião: Encontro SCO-BRICS pode ser via para acabar com marasmo econômico global
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Em paralelo ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, os cinco países BRICS terão um encontro com a Organização para a Cooperação de Xangai no Fórum de Negócios SCO-BRICS. Com exclusividade para a Sputnik Brasil, o especialista Mário Russo comenta: “É um momento para repensar os acordos entre os países.”

Em paralelo ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, os cinco países BRICS terão um encontro com a Organização para a Cooperação de Xangai no Fórum de Negócios SCO-BRICS. Com exclusividade para a Sputnik Brasil, o especialista Mário Russo comenta: “É um momento para repensar os acordos entre os países.”

Participação de Vladimir Putin no XVII Fórum Econômico de São Petersburgo. - Sputnik Brasil
Rússia se prepara para o XIX Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo
De 18 a 20 de junho acontece na Rússia o 19.º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, que este ano tem como tema “Hora de agir: compartilhando caminhos para o crescimento e a estabilidade”. O encontro é voltado para empresários, acadêmicos, especialistas e líderes governamentais e objetiva debater e deliberar desafios para o Governo russo e os mercados emergentes, além de buscar soluções para acelerar o crescimento dessas economias.

Neste ano serão discutidos em São Petersburgo os seguintes assuntos: “Economia mundial: novos desafios e horizontes”; “Rússia: um campo de oportunidades”; “Desenvolvimento do capital e de competências humanas”; e “Inovação disruptiva: tecnologias e tendências”. O Fórum conta ainda com uma série de outros eventos destinados a empresários que buscam novas oportunidades de investimento na Rússia e no continente asiático.

Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov - Sputnik Brasil
Chanceleres da Organização de Cooperação de Xangai preparam cúpula com BRICS
Paralelamente ao evento, o bloco BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se reunirá com a Organização para a Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), no chamado Fórum de Negócios SCO-BRICS.

Para o jornalista especializado Mário Russo, o encontro SCO-BRICS é muito importante não só no âmbito da Organização para a Cooperação de Xangai, mas também por significar uma nova alternativa de cooperação e intercâmbio econômico entre várias nações fora do grande eixo ocidental, tradicional, que não oferece nenhum resultado para o Brasil nem para o grupo dos BRICS.

”A OSC e o Fórum de São Petersburgo se somam a outros esforços que vêm sendo feitos ao longo dos últimos anos não só capitaneados pela Rússia mas com a participação efetiva de cada país-membro do BRICS, num esforço de aliança para tirar o mundo do eixo unipolar, onde tudo fica submetido à avaliação das agências de risco, ao FMI, ao Banco Mundial. É um momento para repensar os acordos entre os países.”

O jornalista chama ainda atenção para a importância do crescimento de mercado da União Euroasiática, ainda pouco explorado, mas que tem tido cada vez mais aproximação com os países do Mercosul. O bloco euroasiático compreende Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão e, em processo de entrada, Armênia e Quirguistão.

“A União Euroasiática define políticas aduaneiras, define regulações de competência econômica, políticas energéticas e também de financiamento”, comenta Mário Russo. “E tem um PIB de tão grande importância que o Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia já projetou que o comércio bilateral entre a União Euroasiática e o Mercosul pode chegar a US$ 100 bilhões até 2030.”

Vladimir Putin, Nursultan Nazarbaev e Aleksandr Lukashenko - Sputnik Brasil
Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão podem criar união monetária
Mário Russo acredita que o Fórum de Negócios SCO-BRICS tem um objetivo ainda muito mais amplo – de ser uma válvula de escape para o cenário atual de marasmo econômico internacional. “Espero que no final do encontro em São Petersburgo haja uma declaração conjunta em que se possa avançar não só em termos de proposta, mas em termos de definição de cooperação entre esses grandes blocos econômicos. Na verdade, da Organização para a Cooperação de Xangai fortalecendo principalmente aquela região da Ásia Central que é alvo do interesse geopolítico dos Estados Unidos, não só pelas grandes reservas de hidrocarbonetos, petróleo e reservas minerais, como na própria questão geopolítica. É uma área sobre a qual os EUA aparentemente não demonstram interesse, mas nos bastidores se sabe que há uma grande ofensiva norte-americana, que até agora, felizmente, não tem sido concretizada.”

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