O Partido Popular da Dinamarca, liderado por Kristian Thulesen Dahl, pode não conseguir a maioria dos assentos no parlamento, mas prepara o maior resultado de toda a história da sua existência, estima a mídia dinamarquesa, analisando as pesquisas para as legislativas de amanhã.
Thulesen Dahl mudou o tradicional discurso de direita, que anteriormente se centrava no problema dos imigrantes. Agora, a principal vertente do terceiro maior partido da Dinamarca será a proteção das fronteiras do país — da própria União Europeia.
Além disso, o partido de Thulesen Dahl tem uma posição diferente da europeia no quesito situação na Ucrânia. Para vários dos seus membros, a União Europeia como organismo internacional deveria assumir a responsabilidade pelo conflito. O político Soeren Espersen, por exemplo, disse que os resultados do referendo realizado em março de 2014 na Crimeia devem ser respeitados.
Naquele referendo, a população da Crimeia decidiu separar-se da Ucrânia e tornar-se parte da Rússia.
Para os observadores, o reforço das posições do Partido Popular da Dinamarca pode trazer novidades ao discurso político do país.
"As eleições legislativas de amanhã na Dinamarca não são um mero campo de batalha entre a direita e a esquerda ou pelo cargo de primeiro-ministro. As eleições também definirão as relações entre os três maiores partidos", diz uma colunista do jornal Aftonbladet.
E estas relações podem afetar até a política externa do país.
A popularidade da esquerda moderada eurocentrista, com o candidato Lars Loekke Rasmussen, diminuiu drasticamente. Mesmo assim, as estimativas preliminares apontam para cerca de 25% dos votos nos social-democratas, que seriam o partido mais votado do país.
Já o Partido Popular da Dinamarca registra um crescimento quase vertiginoso de popularidade, atingindo agora quase 18%.
Na quinta-feira (18), os dinamarqueses deverão não só definir a composição do seu parlamento, mas também concretizar a mudança que o país espera há muito.