Entrevista Exclusiva: “Rússia tem fortes parceiros e mercados em todo o mundo”

© Sputnik / Konstantin Chalabov / Acessar o banco de imagensMilorad Dodik, presidente da República Sérvia durante o Fórum Internacional de São Petersburgo
Milorad Dodik, presidente da República Sérvia durante o Fórum Internacional de São Petersburgo - Sputnik Brasil
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Milorad Dodik, presidente da República Sérvia, uma das três divisões administrativas igualitárias no território da Bósnia e Herzegovina, concedeu uma entrevista exclusiva à Sputnik, na qual entre outros assuntos comentou a Turkish Stream e as relações entre a Rússia e os BRICS.

O político participou do Fórum Internacional de São Petersburgo.

Sputnik: Muita atenção no fórum é prestada às organizações como BRICS e Organização para Cooperação de Xangai (SCO). Como o senhor avalia este “vetor” oriental e meridional da política russa? As sanções e situação política complicada influenciaram muito a composição dos participantes do fórum?    

Milorad Dodik: As sanções ocidentais contra Rússia são alguma coisa no nível de caricatura. Claro, há consequências, mas não só para a economia russa, mas também para a europeia. Mas é preciso dizer que a situação é diferente daquela na qual ficaram os sérvios nos anos 90. Naquela altura a comunidade mundial conseguiu bloquear a Sérvia e a República Sérvia até que recém-nascidos morriam em incubadores de maternidades. Em 1992 12 bebês em [capital da República Sérvia] Banja Luka morreram porque as instituições relativas não deram permissão para a passagem do avião com o oxigênio necessário para eles [o Conselho de Segurança da ONU declarou zona de exclusão aérea sobre esta área]. Porém, a Rússia tem parceiros e mercados fortes, tanto na vizinhança, como em todo o mundo. Eu quero dizer os BRICS, em primeiro lugar. É um fenômeno político novo que permitirá que o mundo se desenvolve de maneira mais dinâmica – isso sendo nas condições de concorrência e não monopolismo. A República Sérvia tem interesse em colaboração com os BRICS de alguma maneira. Foi exatamente a República Sérvia que, como uma das duas entidades da Bósnia e Herzegovina, não deu permissão para a adesão do país às sanções antirrussas. A pressão foi muito séria, mas as sanções iriam significar distanciamento da Rússia e isso não faz parte dos nossos interesses.

S: De quais projetos econômicos, discutidos no fórum, a República Sérvia pode participar? Por exemplo, tem interesse em participação do projeto Turkish Stream (Corrente Turca)?

MD: Claro que sim. As estruturas europeias comportaram-se de maneira cínica quando fizeram impossível a realização do South Stream [Corrente do Sul] na qual devia participar a República Sérvia. Isso humilha-nos porque a Europa evidentemente não quer que os Bálcãs sejam abastecidos com gás como por exemplo a Alemanha através do Nord Stream [Corrente do Norte]… Nós sinceramente contamos com a participação desta corrente. Não se importa qual séria a corrente – turca ou alguma outra. O mais importante é que vá da Rússia, porque o ‘combustível azul’ do Norte da Europa é muito mais caro. Hoje a Rússia e a Grécia assinaram um memorando. É um passo para frente. Resta resolver a questão com a Macedônia. Segundo eu saiba, a Sérvia irá seguramente participar do Turkish Stream, assim, depois disso, vai o nosso turno.

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