A alteração orçamental foi proposta pelo senador republicano Rob Portman. A vontade do Partido Republicano de apoiar o exército ucraniano com armas letais não é uma novidade. Por exemplo, anteriormente nesta semana o senador republicano John McCain disse:
“Deixe-me dizer que um dos capítulos mais vergonhosos da história americana é a impossibilidade de fornecer armas à Ucrânia para esta se defender”.
“Os ucranianos não pedem aos soldados norte-americanos que entrem no seu território, eles só pedem armas para se defenderem”, acrescentou McCain esquecendo que o apoio americano aos grupos radicais na Síria segundo alguns relatos levou à criação do Estado Islâmico.
Anteriormente a Casa Branca avisou que pode vetar a alteração porque não partilha a ideia de enviar armas letais à Ucrânia. Muitos países europeus também opõem-se a esta ideia.
O plano de fornecer armamentos letais a Kiev já provocou críticas tanto nos EUA com no estrangeiro. Por exemplo, o cientista político Rajan Menon no seu artigo na revista The National Interest opina que “o conflito ucraniano não pode ser resolvido por meios militares; isto só o fará ainda mais perigoso e difícil a controlar”.
“O ato de armar a Ucrânia irá somente fomentar as tensões entre o Ocidente e a Rússia, conduzindo os EUA num conflito que eles não querem e não devem querer”, opina o analista.
Além disso, o deputado da Duma Estatal russa (câmara baixa do parlamento) disse aos jornalistas nesta sexta-feira (19) que a decisão de fornecer armas letais à Ucrânia mina os princípios fundamentais dos Acordos de Minsk.
Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região aumentou, bem como o número de vítimas do conflito. Isto fez regressar ambas as partes às negociações. O novo acordo de paz, firmado em Minsk entre os líderes da Rússia, da Ucrânia, da França e da Alemanha inclui um cessar-fogo global no leste da Ucrânia, retirada das armas pesadas da linha de contato entre os dois lados, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave.