“Chamo-me Aleksandr Kolomiets, general-major das Forças Armadas da Ucrânia, o meu último cargo foi conselheiro do ministro da Defesa da Ucrânia, sou o principal analista militar”, disse a alta patente durante a coletiva de imprensa na Agência de Notícias de Donetsk na segunda-feira.
Ele acrescentou que centenas de soldados e oficiais do exército ucraniano passaram para o lado da autoproclamadas República Popular de Donetsk (RPD) desde o início do conflito em Donbass:
“Durante a realização da operação especial [do exército ucraniano contra os independentistas de Donbass], centenas de soldados e oficiais passaram para o lado da RPD e agora estão defendendo as posições da RPD. Quando começou a operação especial, as pessoas começaram a passar para o lado da RPD em massa para defender as suas casas e famílias… A maior parte dos que se juntaram às fileiras da RPD são os locais, os de Donbass… Estes oficiais neste momento defendem as suas casas e famílias com armas nas mãos”, disse Kolomiets durante a coletiva de imprensa.
Ele opina que o uso do Exército ucraniano contra a população é uma violação da Constituição.
“Dirijo-me aos generais e oficiais do exército ucraniano! Não se tornem em carrascos e membros de tropas punitivas, porque os crimes não têm prazos de validade”, manifestou o antigo general ucraniano.
Entretanto, segundo ele, no Exército ucraniano predominam ânimos negativos em relação a esta guerra:
“Falei com muitos generais do exército ucraniano. Todos têm opinião negativa sobre esta guerra. Ninguém quer combater. Mas todos os que não estão de acordo são presos. Por isso, as pessoas simplesmente… têm medo ”, disse.
Александр Коломиец, работал помощником министра Соломатина (времен Януковича). Уволен в 2012 году. Подробности позже…
— Владислав Селезнев (@v_selezniov) 22 июня 2015
Kiev está realizando, desde meados de abril, uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas, chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado ocorrido em fevereiro de 2014 em Kiev. Segundo os últimos dados da ONU, mais de seis mil civis já foram vítimas deste conflito.
Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região aumentou, bem como o número de vítimas do conflito. Isto fez regressar ambas as partes às negociações. O novo acordo de paz, firmado em Minsk entre os líderes da Rússia, da Ucrânia, da França e da Alemanha inclui um cessar-fogo global no leste da Ucrânia, retirada das armas pesadas da linha de contato entre os dois lados, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave.