Milhares de pessoas estão protestando contra o aumento das tarifas de energia na capital, Erevan.
As autoridades armênias anunciaram o aumento das tarifas para 1 de agosto.
É a segunda manifestação em Erevan nesta semana. Ontem, segunda-feira, também houve um protesto "espontâneo". Para David Shakhnazarian, ex-chefe do serviço de segurança desse país, "os organizadores [da ação de segunda-feira] deviam ter consciência de sua responsabilidade".
A manifestação atual começou na tarde desta terça na praça da Liberdade de Yerevan. Os manifestantes gritam palavras de ordem como "Vergonha" e "Não aos ladrões". Há apelos à desobediência civil, especialmente a deixar de pagar pela energia elétrica.
Segundo o cientista político armênio, chefe do centro de análise política Voskanapat, Grant Melik-Shakhnazarian, é difícil as manifestações de Erevan se tranformarem em algum acontecimento grave:
"Há um descontentamento social, os cidadãos da Armênia mantêm as suas exigências, muito claramente expressas, e os manifestantes também têm reivindicações concretas. Porém, neste espaço informativo há certas forças que querem ver por trás de tudo isso outros processos, processos políticos. É difícil dizer quem está por trás de tudo isso, mas fica muito claro que certas agências informativas ucranianas querem ver por trás de tudo isso partidários do 'maidan', ou, por assim dizer, do 'maidan armênio' <…> Fica muito claro que na Ucrânia há forças que querem pintar as ações de protesto em Yerevan de uma cor completamente diferente, de uma cor mais favorável para eles".
People move to Baghramyan ave. #electricyerevan pic.twitter.com/bK5fWYydR0
— Aram Shahinyan (@aramiggs) 23 junho 2015
Os manifestantes exigem a libertação de todos os participantes da ação anterior detidos pela polícia. Se eles não fossem libertados até as 20h locais (14h de Brasília), os organizadores do protesto prometeram "definir ações futuras".
Mais cedo nesta terça-feira, o chefe da polícia armênia, Vladimir Gasparian, afirmou estar "satisfeito" com as ações dos policiais durante as manifestações e pediu desculpas aos jornalistas que se queixaram após a dispersão da manifestação de ontem.