"Nós não podemos aceitar uma tecnologia como essa sendo retratada, através de subsídios, como algo moderno, sustentável e orientado para o futuro", declarou o chanceler austríaco, Werner Faymann, nesta terça-feira. Segundo Viena, a queixa que será encaminhada a Bruxelas, já discutida informalmente no ano passado, também terá um valor simbólico e mais amplo contra o uso da energia nuclear, criticada por muitos ambientalistas.
A central de Hinkley Point, no condado de Somerset, onde a companhia francesa EDF construirá dois novos reatores, é considerado um dos destaques da indústria de energia nuclear, quatro anos após o desastre de Fukushima, no Japão. Apesar da pressão de grupos de defesa do meio ambiente e de alguns governos europeus, o projeto, no valor de US$ 26 bilhões, foi aprovado sem problemas pela Comissão Europeia.
"Nós estamos certos de que a decisão sobre os auxílios estatais da Comissão Europeia para Hinkley Point C é legalmente robusta e não temos nenhuma razão para acreditar que a Áustria apresentará um desafio de qualquer mérito", disse um porta-voz do Departamento de Energia e Mudanças Climáticas do Reino Unido.
Para os ambientalistas europeus, o projeto britânico representará um apoio completamente desnecessário ao desenvolvimento da energia nuclear, justo no momento em que o uso das fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica, estão ganhando força no continente. Mas a Comissão Europeia defende que a escolha da fonte energética, por mais controversa que seja, deve ficar a cargo de cada país.