Esse material, classificado como "Top-Secret", consiste principalmente de cinco relatórios da NSA, a Agência de Segurança Nacional dos EUA, baseados em interceptações de comunicação e destinados à inteligência norte-americana, de acordo com o Libération.
A agência americana interceptou as comunicações dos presidentes franceses François Hollande (2012 até hoje), Nicolas Sarkozy (2007 a 2012) e Jacques Chirac (1995 a 2007), assim como as conversas envolvendo ministros e o embaixador da França nos EUA, afirmou o WikiLeaks no comunicado que anunciou a publicação do conjunto de documentos que o site classifica como “Espionnage Élysée.”
RELEASE: Espionnage Élysée - how the NSA bugged Hollande, Sarkozy and Chirac https://t.co/uflJlxeJdO pic.twitter.com/k8hDycaxNV
— WikiLeaks (@wikileaks) June 23, 2015
De acordo com o WikiLeaks, os documentos incluem comunicações mostrando que o Presidente François Hollande aprovou uma reunião secreta com integrantes da oposição alemã - sem o conhecimento da chanceler alemã, Angela Merkel - para discutir a crise da zona do Euro, e que o ex-presidente Sarkozy queria dar sequência às conversas pela paz entre Israel e Palestina sem o envolvimento dos Estados Unidos.
Outras comunicações interceptadas tratam de alguns dos temas mais importantes envolvendo a Franca e a comunidade internacional nos últimos dez anos, inclusive a crise financeira global, a dívida da Grécia e o futuro da União Europeia.
A NSA também interceptou uma comunicação do dia 24 de março de 2010 que mostra que a França planejava queixar-se aos Estados Unidos sobre a própria interceptação de conversas promovida pela NSA.
“Uma comunicação interceptada entra o embaixador francês em Washington, Pierre Vimont, e o conselheiro diplomático de Sarkozy, Jean-David Levitte, revela tópicos potenciais de discussão para um encontro entre Sarkozy e o presidente americano, particularmente a frustração de Sarkozy com o recuo de Washington no acordo de cooperação bilateral no setor de inteligência e o desejo americano de continuar espionando a França”, diz o texto do WikiLeaks.
Wake up sheeple/people. The US intelligence/government also spies on France. This is not what friends do. https://t.co/PZuKBcG1nO
— Machinist Gitju (@gitju) June 23, 2015
Fundador do WikiLeaks, Julian Assange ressaltou: “O povo francês tem direito de saber que seu governo eleito está sujeito à vigilância hostil de um suposto aliado. Estamos orgulhosos de nosso trabalho com os veículos franceses Liberation e Mediapart para trazer essa história à tona. Leitores franceses podem esperar mais revelações importantes no futuro próximo.”