Fundada há sete décadas, a companhia portuguesa vinha sendo negociada pelo Estado já há alguns anos, mas as tentativas de privatização sempre eram frustradas por greves e protestos populares. Dessa vez, no entanto, não teve jeito.
Vencedor do processo de privatização, o consórcio Gateway, liderado pela Azul em parceria com o Barraqueiro, passa a controlar a maior parte do capital da empresa portuguesa, seguido pelo Estado português, com 34%, e pelos trabalhadores da TAP, com 5%. Com o novo negócio, que contará com um investimento de 600 milhões de euros, a companhia deverá superar os atuais problemas financeiros e retomar o crescimento.
Em entrevista coletiva após a assinatura do contrato, Neeleman declarou, em termos conciliatórios, que os planos do Gateway permitirão à TAP chegar a um patamar nunca alcançado "em tempos passados". Segundo ele, pelo menos 14 airbus A330 e 39 airbus A321 e A320 serão adquiridos e haverá uma expansão para os mercados brasileiro e norte-americano, além de um aumento na frequência de algumas rotas europeias, entre outros planos.
Entretanto, reconhecendo a polêmica gerada pela privatização, Neeleman admitiu a possibilidade de o negócio ser revertido, caso o Partido Socialista vença as eleições legislativas em Portugal no terceiro trimestre, uma vez que a oposição questiona os valores, a modalidade e os efeitos da transação .
“Claro que pode acontecer. Pensei muito sobre isso”, afirmou o empresário em resposta à questão levantada por um jornalista, mas acrescentando que a estratégia do Gateway para a TAP é tão boa que acabará sendo aceita pelos políticos e pela população portuguesa.