"A Europa só funciona mediante a capacidade de respeitar compromissos. Isso significa que entre a solidariedade e a responsabilidade sempre devemos buscar compromissos. Sendo assim, ninguém pode ter tudo a 100%. É preciso constatar que não houve vontade de tal compromisso por parte do lado grego, o que foi constatado com a interrupção das negociações e a decisão de promover um referendo" – declarou Merkel à imprensa após uma reunião com os dirigentes dos partidos e grupos políticos do parlamento alemão.
Nas palavras da chanceler, os esforços conjuntos dos ministros das finanças europeus foram inúteis, já que a UE possui uma série de princípios básicos que devem ser seguidos. Segundo ela, o desrespeito desses princípios pode levar ao fracasso do euro como a moeda comum da UE, e ninguém quer isso.
A Grécia amanheceu nesta segunda-feira com todos os bancos fechados e os saques em caixa eletrônico limitados a € 60. O governo grego ainda não anunciou novas medidas, mas garante que protegerá o sistema bancário. Na sexta-feira, o parlamento do país aprovou a proposta do Primeiro-Ministro Alexis Tsipras para a realização de um plebiscito no domingo, 5 de julho, sobre a aceitação do programa dos credores internacionais em troca de mais ajuda financeira.
A Grécia está atualmente negociando com seus credores para reestruturar uma dívida de mais de 240 bilhões de euros, montante que o país necessitou para evitar o calote técnico em 2010 e 2012.
Se antes de 30 de Junho, as partes não conseguirem conciliar suas posições e chegar a um acordo, a Grécia poderia suspender os pagamentos por não poder fazer frente a um desembolso de 1 bilhão e 600 milhões de euros para o FMI.