A resolução, emitida pela juíza federal Lilian Herraez a partir do pedido realizado por um promotor argentino junto à Unidade de Recuperação de Ativos da Procuradoria-Geral no último 21 de abril, tem como alvo as companhias Premier Oil Plc, Rockhopper Exploration Plc, Falkland Oil and Gas Ltd, Noble Energy Inc e Edison International Spa, acusadas de cometer graves e irreparáveis danos ambientais durante a realização de atividades ilícitas nas águas do Atlântico Sul.
O embargo, que inclui "o sequestro de navios, de uma plataforma submarina e de contas bancárias", supera a marca dos 156 milhões de dólares. A ordem, segundo a Procuradoria, será encaminhada, pela chancelaria argentina, aos tribunais dos países "onde se encontrem radicados os ativos identificados". Mas, de acordo com a emissora inglesa BBC, ainda há dúvidas sobre como a medida será implementada.
As ilhas Malvinas (chamadas de Falkland Islands pelos britânicos) são objeto de uma disputa territorial entre a Argentina e o Reino Unido há várias décadas. Em 1982, forças argentinas conseguiram retomar temporariamente, por 10 semanas, o controle do arquipélago, mas acabaram sendo derrotadas, em seguida, pelas tropas britânicas, ao custo de 650 vidas argentinas. Desde então, Londres tem se empenhado para expandir a sua presença militar na região, com a construção de fortificações e o aumento de sua guarnição.
Em março deste ano, alegando o interesse de proteger as ilhas contra ameaças ligadas a um suposto acordo entre Buenos Aires e Moscou para a compra de bombardeiros russos, a Grã-Bretanha anunciou um investimento de £ 280 milhões, ao longo dos próximos dez anos, para reforçar a defesa da região. A medida, rotulada de "loucura" pelo Ministério da Defesa da Argentina, consistirá na compra de novos helicópteros, substituição dos atuais mísseis antiaéreos, que tem vida útil até o final da década, e na modernização do sistema de comunicações militar nas Malvinas, que ainda abriga cerca de 1,2 mil soldados britânicos (o equivalente à metade da população local).