Anteriormente, o NBD já fora ratificado pela Rússia, Brasil, Índia e África do Sul. A Rússia foi o primeiro país a ratificar a criação da nova entidade financeira, que é considerada por economistas como uma alternativa séria às instituições tradicionais, como o Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Novo Banco de Desenvolvimento começará a funcionar em 7 de julho, um dia antes da cúpula presidencial dos BRICS, que terá lugar em Ufá, na Rússia. A Sputnik irá fazer a cobertura detalhada do evento, tanto no site, como nas redes sociais — Facebook e Twitter.
Em 7 de julho, próxima segunda-feira, terá lugar em Moscou a sessão inaugural do Conselho Executivo do novo banco.
O banco permitirá ao grupo conseguir mais independência financeira internacional para os países emergentes. As funções administrativas serão compartilhadas entre representantes de diferentes países. A saber: o NBD terá sua sede em Xangai, na China, o vice-presidente do banco é o brasileiro Paulo Nogueira Batista Júnior, o presidente do Conselho Executivo é o russo Anton Siluanov (ministro das Finanças), e o presidente do NBD, o banqueiro indiano Kundapur Vaman Kamath.
O organograma da instituição será sujeita a rotação, como toda a estrutura dos BRICS. Os gerentes e presidentes das instituições irão mudar anualmente.
Para Yakov Berger, do Instituto do Extremo Oriente, consultado pela Sputnik China, a ratificação, pela China, da criação do NBD é um passo tanto econômico, como político:
"É um passo financeiro e político, naturalmente, até porque a China tenciona diversificar tanto as suas relações econômicas, como a sua força política <…> A decisão atual da China é mais um passo no sentido da eliminação da hegemonia do Banco Mundial e FMI, onde quem domina são os EUA e a UE. Os BRICS criam uma alternativa para o desenvolvimento, para o financiamento de diversos projetos. Através disso, a ideia de policentrismo mundial é realizada".
Para o especialista russo Aleksandr Salitsky, do Instituto da Economia Mundial e Relações Internacionais da Academia das Ciências da Rússia, a China possui até agora legítima liderança nos BRICS, por causa da sua atividade financeira:
"A China já mostrou a toda a Humanidade uma coisa bastante interessante — ela confirma, bastante rápido com dinheiro todas as suas iniciativas".
O cientista não nega que haja uma "expansão" da China — mas essa é, para ele, diferente e até mais "agradável", comparada com a dos Estados ocidentais, motores da globalização.
Já para o vice-chefe do Centro de Pesquisa dos BRICS na China, Ren Yuanzhe, o NBD "criará condições ainda mais favoráveis para a cooperação econômica entre os países do grupo e outros Estados emergentes".