O ministro russo disse que as negociações sobre o controverso programa nuclear do Irã estão se movendo na direção certa e que pode ser alcançado um acordo final nos próximos dias.
"A situação das negociações está avançando na direção certa. As restantes questões na sua maior parte não são técnicas, mas processuais, tais como formalizar os acordos e apresentá-los ao Conselho de Segurança da ONU", disse Lavrov.
Javad Zarif, no entanto, evitou fazer qualquer previsão clara, e adotou uma posição cautelosa e evasiva.
Zarif disse que a diplomacia tinha alcançado uma "fase delicada", mas que poderia haver avanços.
"Já tinha um mandato para negociar e estou aqui para chegar a um acordo final, no qual acredito. O único acordo que a nação iraniana aceitará é um acordo justo, equilibrado e que respeite a grandeza nacional e os direitos do povo iraniano", disse Javad Zarif.
Os EUA mostraram uma posição menos flexível.
Segundo secretário do Estado dos EUA John Kerry "há questões reais e difíceis que persistem e que têm de ser resolvidas a fim de se obter um acordo abrangente, e nós ainda não sabemos se vamos ser capazes de chegar lá".
Mas o presidente estadunidense Barack Obama declarou que "os Estados Unidos abandonarão as negociações caso não consigam um acordo satisfatório". "Se não formos capazes de ter um mecanismo sério e rigoroso de verificação, então não teremos um acordo".
Na opinião do colunista político iraniano Sajjad Tayeri, do portal analítico IranianPolicy.net, "o sexteto e o Irã estão destinados ao sucesso".
"Há razões para o prolongamento das negociações. É necessário considerar a complicada situação na região devido às ações do Estado Islâmico. Outro aspeto importante que prorroga as negociações é ainda não estarem elaborados alguns detalhes dos acordos de Lausanne. E também vale notar que entre os negociadores iranianos e norte-americanos não existe confiança absoluta."
O Irã e as potências que fazem parte do P5+1 (EUA, Rússia, China, Alemanha, Reino Unido e França) decidiram estender por mais uma semana as negociações em torno no programa de energia nuclear de Teerã.
O P5+1 e o Irã não conseguiram superar as diferenças encontrar uma solução mutuamente aceitável para o impasse. Por isso concordaram em estender até o dia 7 de julho o prazo final para um compromisso.