Segundo os autores do documento — Elisabeth Christen, Oliver Fritz e Gerhard Streicher — as sanções provocaram certas mudanças em vários setores da economia europeia. "A cooperação política e econômica restrita, assim como a crise econômica russa nem só prejudicam o comércio de commodities, senão o intercâmbio de serviços", reza o texto. A maior perda é no setor turístico, com até 40% de redução de rendimento, por causa da baixa demanda russa.
Oliver Fritz, um dos co-autores do relatório, contatado pela Sputnik Deutschland, reconhece que as sanções europeias "não são uma decisão econômica, senão política". E os autores desta decisão pretendem calar as bocas dos seus adversários:
"Os políticos são pressionados, especialmente agora, quando eles já viram as consequências econômicas deste processo. Mas no futuro próximo, eu acho que não haverá levantamento das sanções. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, está por trás desta decisão sobre as sanções — é o meu sentimento. E até agora, ela tem conseguido persuadir os outros a seguirem este rumo".
Fritz não descarta que haja indignação e até protestos dentro de um tempo, quando a população da União Europeia se sentirá atingida pelo efeito negativo das sanções. Mas até lá, os problemas só irão se acumular. E se para a Rússia, o problema é solucionado através de novos mercados, como a China e o Brasil, para a Europa, é menos fácil:
"As más notícias da Europa são os exemplos de crescimento do intercâmbio entre a Rússia e a Ásia, especialmente a China. Porque, mesmo se as sanções forem levantadas, a Rússia terá ligações comerciais mais firmes com a Ásia, sem voltar para a Europa".