O primeiro-ministro da Grécia pediu um programa de resgaste da União Europeia que represente ‘uma luz no fim do túnel' para seu país, em discurso nesta quarta-feira diante do Parlamento Europeu.
‘As ações da Grécia não são destinadas a brigar com a Europa, mas a salvar o país e a zona do euro', disse Tsipras.
‘A Europa está no ponto de ruptura: a assim chamada crise grega é, na verdade, um ponto fraco da Europa. Temos de encontrar a solução definitiva para a crise da dívida, que se alimenta de si mesma. Esse assunto é um problema europeu, e não só grego. E, por isso, exige uma solução europeia', disse Tsipras.
‘A recente proposta da Grécia aos credores internacionais do país para resolver a questão da dívida é destinada a salvar os bancos europeus e gregos', salientou o primeiro-ministro.
De acordo com Tsipras, o seu país quer investimento e reestruturação. Ele revelou alguns pontos que poderão constar da proposta grega que tem de ser apresentada até sexta-feira.
‘A nossa proposta para as instituições inclui: reformas credíveis baseadas numa repartição justa de encargos. Isto inclui a cobertura adequada das necessidades financeiras do país. Inclui um programa de investimento forte. Precisamos de um programa de crescimento. Sem crescimento, não conseguimos sair da crise'.
Falando sobre o referendo, Tsipras afirmou, que ‘o voto ‘Não' dos gregos foi corajoso. Não foi para quebrar negociações. É uma mensagem clara de que a Europa tem ser democrática ou terá imensas dificuldades em sobreviver'.
Tsipras disse aos parlamentares europeus que o voto dos eleitores deu um ‘mandato para redobrar os nossos esforços a fim de obter uma solução socialmente justa e economicamente sustentável para o problema grego'.
A declaração do presidente do Conselho Europeu Donald Tusk na conclusão da reunião da Zona do Euro de terça-feira deu Tsipras tempo até domingo para chegar a uma proposta mutuamente aceitável.
‘É uma corrida contra o tempo para reconstruir a confiança. O prazo termina nesta semana', disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, em Estrasburgo.
A austeridade que a Europa estava impondo ao povo grego simplesmente não está funcionando. As exigências financeiras feitas pela Europa esmagaram a economia grega, levaram ao desemprego em massa, a um colapso do sistema bancário, fizeram a crise da dívida externa ainda muito pior, com uma dívida crescente, que já atinge 175 por cento do PIB.
Em carta aberta à chanceler alemã Angela Merkel, os economistas Thomas Piketty e Jeffrey Sachs escrevem: ‘O remédio preparado em Berlim e Bruxelas é pior do que a própria doença'. Eles e pedem a Merkel uma correção na política da austeridade para evitar danos maiores no futuro.
‘Pedimos que assuma um papel de liderança vital para a Grécia, para Alemanha e para o mundo. Suas ações desta semana entrarão para os livros de História. Contamos com a senhora para passos corajosos e generosos em prol da Grécia', escrevem os economistas.