A Presidenta Dilma Rousseff, que chegou hoje à Rússia, participa nesta noite de um jantar dos presidentes, e na quinta-feira (9), de reuniões de trabalho da Cúpula.
Para o Ministério das Relações Exteriores, o encontro na Rússia vai permitir o aprofundamento das relações entre os BRICS, principalmente nas discussões sobre a implantação do Novo Banco de Desenvolvimento, que vai promover projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável em países-membros do bloco, de forma a complementar as ações de outras instituições financeiras internacionais. O Novo Banco vai ter um capital inicial de US$ 50 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em recursos e US$ 40 bilhões em garantias.
Outro assunto que estará em pauta nas reuniões durante o evento é o Arranjo Contingente de Reservas, fundo criado em julho de 2014, em Fortaleza, durante a 6.ª Cúpula. O Arranjo garante uma verba de US$ 100 bilhões para que os países do grupo recorram em momentos de crise. Desse total, uma parte de US$ 41 bilhões vem da China. Já Brasil, Índia e Rússia colocam parcelas de US$ 18 bilhões, cada. E a África do Sul entra com US$ 5 bilhões.
Segundo o subsecretário-geral de Política II do Ministério das Relações Exteriores, Embaixador José Alfredo Graça Lima, a ideia da Cúpula é agilizar os últimos detalhes para garantir o quanto antes o funcionamento do Banco e do Fundo de Reserva. “Questões organizacionais já estão sendo tratadas”, informa o diplomata, em Ufá. “Nós vamos ter aqui na Rússia mesmo algumas providências de ordem prática para que as instituições se tornem plenamente operacionais dentro de curto prazo.”
O Embaixador Graça Lima explicou que nesta Cúpula os países BRICS vão ter a oportunidade de definir rumos e formas de atuação dessas instituições financeiras. Ele acredita que o Banco de Desenvolvimento aprove os primeiros projetos já a partir de 2016.
Ao final da 7.ª Cúpula do BRICS será divulgado um plano de ação para aumentar a cooperação entre os cinco países do bloco em áreas como comércio, agricultura, investimentos, ciência, tecnologia e inovação, educação e energia.
De acordo com o Embaixador José Alfredo Graça Lima, a ideia é ampliar cada vez mais a cooperação entre os países. “Como em todas as Cúpulas anteriores, o sentido desta é promover o diálogo, um constante diálogo que vai se aprofundando entre os chefes de Estado dos países-membros do BRICS, procurando avançar na cooperação, na coordenação, especificamente na área financeira e também nos grandes temas da governança internacional.”
Dados do Ministério das Relações Exteriores informam que atualmente os países do BRICS representam 22% do PIB mundial, e em 2014 foram responsáveis por mais de 40% do crescimento da economia mundial.
Entre 2005 e 2014, o volume de comércio entre os países do BRICS deu um salto de US$ 72 bilhões para US$ 297 bilhões de dólares, um incremento de 311%, muito acima, portanto, do crescimento do comércio mundial, de 80% no mesmo período. Além disso, os países do BRICS dobraram a sua participação no comércio internacional desde 2001, representando, hoje, 18% do comércio global.