De acordo com Vitaly Churkin, o projeto de resolução, elaborado pela delegação da Malásia, classifica o acidente como uma ameaça à paz e à estabilidade internacional. No entanto, um único acidente não pode ser classificado dessa maneira.
"Pessoalmente eu não vejo quaisquer perspectivas para estes documentos. Eles precisam de ser deixados de lado, temos de esperar pelos resultados da investigação e, em seguida, pensar sobre como organizar efetivamente o processo penal".
O representante russo salientou que não há tribunais internacionais criados na sequência de acidentes de aviões civis e que alguns destes acidentes nunca foram investigados do ponto de vista criminal.
No dia 17 de julho de 2014, um avião que fazia o voo MH17 entre Amsterdã e Kuala Lumpur (Malásia) caiu no sudeste da Ucrânia (Donbass). Todas as 298 pessoas a bordo da aeronave morreram no acidente.
A Malásia entregou, na quarta-feira, à ONU um projeto de resolução, pedindo a criação de um tribunal especial para julgar os responsáveis pela queda do Boeing malaio no leste da Ucrânia, em julho de 2014.
As milícias de Donbass e as forças armadas de Kiev, que lançaram uma operação militar no sudeste da Ucrânia em abril de 2014, acusaram-se mutuamente de provocar a tragédia. A posição da Ucrânia foi de acusar a Rússia do acidente.
Em junho, o consórcio russo Almaz-Antey, especializado na fabricação de sistemas antiaéreos e de radar, apresentou os resultados do seu próprio inquérito, mostrando que o Boeing foi derrubado por um míssil teleguiado lançado de um sistema Buk-M1. Este míssil não é produzido na Rússia desde 1999, mas permanece em serviço no exército ucraniano, de acordo com a Almaz-Antey.
O Conselho de Segurança holandês, investigando as circunstâncias do acidente do avião, efetuou também um relatório sobre o acidente.
De acordo com o relatório preliminar holandês publicado em setembro de 2014, "o avião se despedaçou no ar provavelmente como resultado de danos estruturais causados por uma grande quantidade de objetos em alta velocidade que penetraram na aeronave pelo lado de fora".